A bancada do PMDB na Câmara manifestou apoio ao líder do partido, Eduardo Cunha (RJ), nesta terça-feira (11). Em nota, os parlamentares atacaram as últimas declarações de petistas em torno da crise entre as duas legendas. “Os ataques ao nosso líder são ataques ao PMDB”, diz nota publicada pelos peemedebistas. Cunha tem sido o porta-voz das insatisfações no partido no Congresso e chegou a trocar ataques com o presidente do PT, Rui Falcão. Nas reuniões para discutir a relação entre os dois partidos, a presidente Dilma Rousseff convocou todos os caciques peemedebistas, menos Cunha, considerado “chantagista” internamente pelo Palácio do Planalto.
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Os peemedebistas reagiram à tentativa do governo de isolar o parlamentar para abafar a crise que pode culminar no rompimento da aliança que ajudou a eleger Dilma Rousseff. A nota de apoio a Cunha, aprovada em reunião da bancada na tarde de hoje, aponta que as relações com o PT podem continuar estremecidas. “A harmonia e coesão da nossa bancada, ao tempo que incomodam outras forças políticas, que flertam com projeto hegemônico de poder, têm tributado ao nosso líder Eduardo Cunha ataques e agressões que extrapolam o patamar da civilidade em quaisquer das relações”, diz o texto.
O presidente da Câmara e um dos principais nomes do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), também saiu em defesa de Eduardo Cunha. “Não é possível isolar um líder de uma bancada de 75 deputados. Pode ter dificuldades, mas faz parte do jogo político”, disse ele. Quando o assunto é a condução política da presidente Dilma em torno da crise, Alves tentou amenizar a situação. “É só alegria. Mas é lógico que, num governo deste tamanho, com dois partidos tão grandes, haja problemas com os partidos, mas a relação com ela [Dilma], é boa” , disse o presidente na Câmara.
O principal motivo da crise entre PT e PMDB gira em torno da definição de alianças nos estados para as eleições de outubro. Peemedebistas acuam o PT de querer liderar as chapas com o objetivo de eleger mais deputados para a Câmara. Assim, o partido seria menos dependente do PMDB para aprovar matérias do governo em caso de reeleição da presidente Dilma Rousseff.
Em reunião com os principais líderes do PMDB na segunda, a presidente Dilma Rousseff acenou com a possibilidade de apoio ao PMDB em seis estados. Em alguns, os partidos serão concorrentes, como é o caso do Rio de Janeiro. Parlamentares do partido acreditam que a tensão nas alianças regionais pode comprometer a aliança nacional. O PMDB é o principal aliado do PT no Congresso, tem a segunda maior bancada da Câmara e a maior do Senado.
Leia a íntegra da nota
PublicidadeA Bancada do PMDB na Câmara dos Deputados tem exercitado, nos últimos meses, o debate interno e o diálogo fraterno sobre as melhores alternativas para o nosso partido e nosso País. A harmonia e coesão da nossa bancada, ao tempo que incomodam outras forças políticas, que flertam com projeto hegemônico de poder, têm tributado ao nosso líder Eduardo Cunha ataques a agressões que extrapolam o patamar da civilidade em quaisquer das relações, e, particularmente, nas relações políticas onde o respeito e a cordialidade são fundamentais e imprescindíveis à democracia. Os ataques ao nosso líder são ataques ao PMDB. A bancada manifesta sua solidariedade ao deputado Eduardo Cunha e reafirma a confiança nela depositada, no dia 02 de fevereiro de 2013, e por nós reconduzido em 2014, por unanimidade, neste Parlamento.
Brasília, 11 de março de 2014.
PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO
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