A Polícia Federal (PF) concluiu, em inquérito que tramita no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF) contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que foram encontradas evidências de que a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores recebeu cerca de R$ 885 mil em propina. O dinheiro, repassado em cinco pagamentos, teria origem em um esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. O inquérito investiga a petista por corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
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Em relatório, a PF afirma que quatro dos pagamentos realizados a Gleisi teriam sido feitos pela empresa Consist, a mesma investigada na Operação Custo Brasil, que tem como principal alvo o ex-ministro do Planejamento e marido da petista, Paulo Bernardo. Outro pagamento, de R$ 300 mil, teria partido da TAM Linhas Aéreas.
Ainda de acordo com as investigações da PF, os pagamentos à senadora foram feitos por meio do escritório do advogado Guilherme Gonçalves, que atuava para o casal.
Fundo Consist
A Consist, empresa de gestão de empréstimos consignados, foi contratada pelo Ministério do Planejamento durante o período em que Paulo Bernardo comandou a pasta, entre 2005 e 2011. De acordo com a PF, a contratação da Consist foi direcionada pelo ministério e foram desviados cerca de R$ 100 milhões entre 2010 e 2015, segundo estimativas da Polícia Federal, Ministério Público e Receita Federal.
As suspeitas de desvios da empresa originou a Operação Custo Brasil, desdobramento da Lava Jato, que chegou a prender preventivamente o ex-ministro Paulo Bernardo, que ficou preso, em junho de 2016, por seis dias.
Durante a investigação, a PF concluiu que há indícios de que Gleisi, Paulo Bernardo e pessoas ligadas ao casal receberam aproximadamente R$ 7 milhões originários do “fundo Consist” e pagos pelo escritório de Gonçalves. O delegado Ricardo Hiroshi Ishida aponta que os valores eram, na verdade, produto de corrupção
Já o pagamento feito pela empresa aérea foi encontrado em uma planilha identificada como “eleitoral Gleisi” durante a Custo Brasil, no escritório de Guilherme Gonçalves. Ele afirmou, em depoimento, que seu escritório não prestou serviços à empresa e que o pagamento era correspondente a “honorários de campanha” de Gleisi em 2010, quando ela foi eleita senadora.
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