Youssef disse ter feitos “vários depósitos” para o ex-presidente da República em um de seus relatos sob delação premiada, procedimento investigatório que exige provas para ser homologado e, assim, dar ao delator a redução de pena por colaboração com a Justiça. Segundo o doleiro, os depósitos a Collor, feitos em espécie, totalizaram R$ 50 mil. As informações constam de inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o senador alagoano.
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Em maio, o ministro do STF Teori Zavascki já havia autorizado a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Collor. Uma vez obtidos os comprovantes de depósito, no ano passado, quando o doleiro foi preso, restava à PF produzir a prova junto à instituição financeira em que os repasses foram feitos. Agora, a documentação vai ser adicionada ao conjunto de indícios que sugerem a participação do senador no esquema de desvios de recursos da Petrobras. Collor tem negado as acusações e reclamado da atuação da Procuradoria-Geral da República em relação ao seu caso.
Além dos depósitos, disse Youssef, dinheiro em espécie foi entregue ao senador, inclusive em Alagoas, seu reduto eleitoral. Segundo esse relato, a tarefa coube a Rafael Angulo, apontado no inquérito como mensageiro do doleiro e também colaborador da Justiça em regime de delação premiada.
A PF também conseguiu comprovar a ida do ex-ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos de Collor Pedro Paulo Leoni aos escritórios de Youssef. Leoni é investigado na Lava Jato por um repasse de R$ 4,3 milhões feito por uma de suas empresas para a MO Consultoria, que tem Youssef como proprietário. À época em que integrou o Executivo (1990-1992), Leoni foi acusado de participar de esquema de corrupção na Petrobras, mas nada ficou comprovado contra ele.
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