Enquanto milhares de manifestantes aguardavam o término do depoimento do ex-presidente Lula ao juiz Sérgio Moro, na 13ª Vara Federal em Curitiba, na Praça Santos Andrade, senadores e deputados petistas discursavam em palco montado na capital paranaense. Por meio da página do coletivo de comunicação Mídia Ninja no Facebook, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), também presente ao ato, criticou a Operação Lava Jato e disse que objetivo das investições é tirar o ex-presidente da disputa eleitoral de 2018.
De acordo com ele, existe uma proposta de antecipação das eleições gerais para 2017, com objetivo de viabilizar a candidatura do petista. “Essa Lava Jato sempre atuou com time político. Querem tirar o Lula do jogo. Nós não vamos aceitar esse processo eleitoral. Nós estamos com uma proposta para antecipar as eleições gerais para 2017”, afirmou.
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O senador também condenou a forma como ocorreu a votação da reforma da Previdência nessa terça-feira (9), com um Congresso fechado ao público, cercado por grades e com homens armados por todas as partes. “A reforma da previdência foi um escândalo. Nós estamos vivendo sim um estado de exceção. Eles querem passar por cima dos trabalhadores”, acrescentou.
O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Guilherme Boulos, também criticou o juiz Sérgio Moro e o chamou de “acusador de toga”. “Sérgio Mouro age como acusador de Toga e isso desmoraliza a Justiça, desmoraliza o país. […] O que aconteceu hoje em Curitiba foi um espetáculo de resistência democrática”, discursou.
De olho em 2018
Durante todo o dia, no centro de Curitiba, palestras e discursos de políticos ocorreram na praça Santos Andrade. A ex-presidente Dilma Rousseff chegou a Curitiba na manhã desta quarta-feira para prestar solidariedade ao também ex-presidente Lula. Senadores e deputados petistas faltaram aos trabalhos no Congresso para acompanhar o ato.
Entre os políticos, estão presentes no ato o líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), os deputados petistas Vicentinho (SP), Wadih Damous (RJ), Jorge Solla (BA), Zeca Dirceu (PR), Bohn Gass (RS) e Maria do Rosário (RS) e os senadores Lindbergh Farias (RJ), Gleisi Hoffmann (PR), Paulo Rocha (AC) e Fátima Bezerra (RN). Os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Eunício Oliveira (PMDB-CE), respectivamente, anunciaram que cortarão o ponto dos parlamentares que faltaram nesta quarta-feira (10).
O ex-presidente chegou ao tribunal acompanhado por militantes do Movimento dos Sem Terra (MST) e diversos movimentos sociais que apoiam o petista. O depoimento começou por volta das 14h10 e terminou pouco depois das 19h.
A capital paranaense amanheceu com segurança reforçada em diversos pontos, especialmente na região do prédio da Justiça Federal, no bairro do Ahú. Um forte contingente policial cerca o prédio e o entorno também foi bloqueado com grades desde o fim da noite de terça-feira (9), para evitar a presença de manifestantes. As polícias Federal, Rodoviária Federal, Civil e Rodoviária Estadual montaram uma operação conjunta denominada “Civitas”, latim para “cidadania”. A polícia militar também controla a passagem dos moradores da área do prédio da Justiça Federal.
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