Tenho recebido vários textos, e-mails e zaps debatendo sobre a existência ou não de corrupção durante o obscuro período em que ao Brasil fora imposta uma longa ditadura civil-militar inaugurada pelos tanques do general Olímpio Mourão Filho. Este vigoroso furor opinativo teve grande impulso após a palestra do também general Antonio Hamilton Martins Mourão, secretário de economia e finanças do Exército, em evento promovido pela comunidade maçônica em Brasília.
Dizia o saudosista palestrante que seria possível uma nova intervenção militar no Brasil, caso “os poderes não encontrem uma solução para os problemas políticos”, especialmente a questão da corrupção. Embora o Mourão de 2017 não tenha mencionado a sua “solução final”, o Brasil já conheceu a fórmula executada pelo Mourão de 1964.
E a Solução Mourão de 1964 foi rigorosamente aplicada, dentre outros, com o seguinte receituário:
a) imposição de uma Constituição Federal, sem consulta popular ou preocupação democrática;
b) edição de atos institucionais e decreto-lei, desprezando-se o Poder Legislativo;
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c) fechamento do Congresso Nacional, cercado pelos tanques e pelo medo;
d) intervenção no Poder Judiciário, aumentando os membros do STF e cassando ministros e juízes que julgavam contrário aos interesses dos governantes;
e) supressão do direito da cidadania e, por consequência, do cidadão eleger plenamente os seus representantes, cassando-se os mandatos daqueles que discordavam do sistema, impondo-se, ainda, senadores, governadores e prefeitos biônicos;
f) supressão das liberdades de imprensa e de expressão, estabelecendo-se a censura prévia e censores nos meios de comunicação;
g) fechamento de teatros, proibições de novelas e vedações de músicas e shows;
h) fechamentos de sindicatos e centro acadêmicos estudantis, impondo-se interventores sindicais e expulsões de estudantes;
i) supressão do habeas corpus e do livre direito de ir e vir;
j) exonerações coletivas de professores, militares e servidores públicos “suspeitos” de defenderem a volta da democracia;
k) prisões ilegais, torturas oficializadas, exílio compulsório, assassinatos e “desparecimentos forçados”.
Este artigo, entretanto, não tem a pretensão de narrar a face cruel, clandestina, censora, torturadora e “mal-humorada” da ditadura civil-militar. O que se pretende é, na verdade, refletir sobre a endêmica corrupção brasileira, apontada como “motivação” para uma nova intervenção militar e replicada nas chamadas redes sociais. E começo relembrando os programas de humor que, driblando a rígida censura, conseguiam trazer reflexões sérias sobre a corrupção que galopava escondida nos porões daquele obscuro período da História.
Destaco o vanguardista Planeta dos Homens, mais precisamente um dos vários personagens interpretados pelo humorista Jô Soares. O personagem da vez atendia pelo nome Porta-voz, uma explícita imitação do ministro Carlos Átila, porta-voz mais conhecido do ex-ditador e último presidente do regime militar, João Batista Figueiredo.
Pois bem, a cena do Porta-voz de Jô, aqui recontada como eu me lembro, acontecera durante uma entrevista coletiva de imprensa, convocada para que explicassem os últimos casos de corrupção no governo interventor. Nela, o Porta-voz, esclarecia que governo iria abrir um rigoroso inquérito para apurar um grande escândalo de corrupção que envolvia altas autoridades brasileiras. Provavelmente uma referência indireta aos desvios financeiros da Coroa-Brastel, Capemi, Brasilvest, Grupo-Delfin, Paulipetro, Lutfala ou as comissões da General Eletric, se não me falha a memória.
Perguntado pelos jornalistas-atores se os corruptos seriam presos e confiscados os seus bens, assim respondeu, calmante, o Porta-voz governamental: “Não basta um rigoroso inquérito? Mesmo com um rigoroso inquérito vocês ainda querem prisões e confiscos?“
Incontáveis “rigorosos inquéritos” foram sendo arquivados nos porões da impunidade e apagados da memória censurada da cidadania brasileira, a exemplo destes posteriormente revelados em livros do jornalista Elio Gaspari: a) presença da Construtora Camargo Corrêa nas construções das hidroelétricas de Água Vermelha e Tucuruí; b) o assassinato do jornalista Alexandre Von Baumgarten, que, em dossiê, ameaçava apontar agentes do SNI envolvidos em corrupção; c) os contrabandos de uísques, perfumes e roupas praticados pelo capitão do Exército Ailton Guimarães Jorge, patrono da Vila Isabel, comandante do jogo do bicho e portador da Medalha do Pacificador; d) as extorsões praticadas pelo então governador do Paraná, Haroldo Leon Peres, bem assim aquelas praticadas pelo delegado Sérgio Fleury, também portador da Medalha do Pacificador e um dos líderes do Esquadrão da Morte; e) o contrabando de joias preciosas para os EUA.
Recentemente a revista Super Interessante, da editora Abril, edição 365-A, setembro/2016, p. 40, investigando sobre o mito da inexistência de corrupção durante a ditadura da militar, publicou o seguinte texto: “Até a década de 1960, as obras da Odebrecht mal ultrapassavam os limites da Bahia. Com o protecionismo de Costa e Silva, começou a dar saltos. Primeiro, construiu o prédio-sede da Petrobras no Rio. Os contratos governamentais na estatal abriram portas para novos projetos, como o aeroporto do Galeão e a usina nuclear de Angra. Assim, de 19ª empreiteira de maior faturamento, em 1971, pulou para a 3ª em 1973, e nunca mais deixou o top 10”. Outra beneficiada foi a Andrade Gutierrez. O “amor” da Odebrecht pelo patrimônio brasileiro e o seu “relacionamento fraterno” com a Petrobras, como concluiu a revista, foram sólidos e cimentados com chumbo. E não só a Odebrecht participando deste “seleto” e “apaixonado” grupo.
Como se vê, a “Solução Mourão 2017” não passa de uma propaganda enganosa, pois não combate a corrupção e, gravemente, traz como eleito colateral o fim do Estado Democrático de Direito. Ela é beneficiária da amnésia imposta à cidadania brasileira, gerando, infelizmente, adeptos entre os jovens que não viveram a tragédia autoritária e os adultos que não souberam ou não quiseram saber o que se passou.
Salvo para os arrogantes saudosistas que sonham com a volta do arbítrio, a melhor forma de combater a corrupção é respeitar a Constituição, compreender a importância da pessoa humana, fortalecer o controle social sobre as políticas públicas, garantir a liberdade de organização e, sobretudo, manter instituições fortes, livres e independentes. É o que bem advertiu Ulysses Guimarães, quando do seu histórico discurso em 05 de outubro de 1998, falando do tempo que se pretendia rompido pela Constituição Cidadã: “A corrupção é o cupim da República. República suja pela corrupção impune tomba nas mãos de demagogos, que, a pretexto de salvá-la, a tiranizam.”
A conjuntura de 64 é muito diferente da de hoje. A pergunta: O país que não dá certo? Apesar da CF de 88 vivemos sob o ditame das leis criadas na Ditadura de Vargas, CLT, PETROBRÁS, VALE, INFRAERO, CÓDIGO PENAL, CÓDIGO CIVIL, DASP, ou seja, as mudanças posteriormente implementadas pela classe política foi no sentido de roubarem de maneira cada vez mais sofisticada o povo. A Lava Jato demonstrou não só as organizações criminosas (partidos políticos), mas revelou que onde há vontade e garantias da execução da função pública, (MPF, JUSTIÇA FEDERAL, PF, PGR, PGFN) à esperança em um país mais justo.
Em 1964 eu tinha 19 anos. Vivi todo o Regime Militar, do primeiro dia até o último. Foi a melhor época da minha vida com pleno direito de ir e vir. Andava com amigos nas ruas voltando de bares e shows, sem o menor problema. Hoje vivo trancado dentro do condomínio, todo gradeado, com segurança 24 horas e carro blindado, tudo porque os esquerdistas subversivos daquela época estão hoje no poder e foram eles quem fizeram a Constituição de 1988 dando todos os direitos aos criminosos e somente deveres às suas vítimas, a sociedade honesta e trabalhadora. Não gostaria que os militares voltassem ao poder, melhor mesmo seria a democracia, mas está cada vez mais difícil viver sob o jugo da esquerda: muitos impostos e nenhum retorno.
As pessoas confundem Ditadura com Governo Militar.
Ditadura é quando o presidente é um ditador, exemplos: Saddam Hussein,
Fidel Castro, Joseph Stalin, Kim Jong-un
No Governo Militar também há um presidente da república, um militar de carreira, e os poderes são controlados pelos militares, inclusive o Congresso Nacional. No Brasil mesmo depois de 1964, o Congresso Nacional continuou exercendo suas funções essenciais.
Exemplo de boa atuação os militares : O Rio de Janeiro já teve várias intervenções dos militares devido ao excesso de violência praticado pelos traficantes de drogas.
Quando os três poderes seguem seriamente abalados como é o caso do Brasil, pode ser necessário um intervenção militar para que aja ordem e que garanta que bandidos (políticos civis) não saqueiem mais os cofres da nação.
Num Governo Militar existe uma chance muito maior de bandidos, ladrões, extorsores, e corruptos irem para a prisão de forma muito mais simples, e é exatamente isso que os brasileiros desejam, para que o país volte a crescer.
Deixa passar a Revolta Popular, Fogo no Congresso Nacional..
VIVI NO REGIME MILITAR, FOI O MELHOR GOVERNO QUE TIVEMOS, NÃO HAVIA BANDIDO E CRIMINOSO NA RUA, HAVIA ORDEM. QUEM TRABALHAVA, PRODUZIA E CUIDAVA DE SUA VIDA NÃO TINHA NENHUM PROBLEMA COM OS MILITARES, A NÃO SER OS TONTOS DOS COMUNISTAS E SUBVERSIVOS, ESTES AS FFAA NÃO TOLERAVAM E EU TAMBÉM NÃO. PARA QUE DEMOCRACIA? PARA QUE OS POLÍTICOS CANALHAS, BANDIDOS, LADRÕES, CORRUPTOS, LESA PÁTRIA, CONTINUEM ASSALTANDO O PAÍS E LESANDO A PÁTRIA SEM NENHUMA PUNIÇÃO? ESSA DITA DEMOCRACIA QUE AÍ ESTÁ NÃO ME SERVE E NEM AO POVO QUE ESTÁ SOFRENDO SEM O MINIMO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA, SANEAMENTO, SEGURANÇA, EDUCAÇÃO…
Petista se manifestando. Só.