O ministro das Cidades, Mário Negromonte, voltou a negar qualquer tipo de irregularidade envolvendo a sua pasta. O ministro esteve no Senado hoje (8) pela manhã para prestar esclarecimentos a convite dos senadores Álvaro Dias (PSDB-PR) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AC). Na audiência pública realizada na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle, o ministro afirmou que não teve qualquer tipo de envolvimento com um suposto esquema que teria forjado um parecer de obra de mobilidade urbana para a Copa de 2014 em Cuiabá (MT). O projeto refere-se à construção de um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
“Minha idade de mentir já passou. Se tiver qualquer Bíblia para fazer juramento, eu farei. Se houver erro, terá punição. Nós não vamos passar a mão na cabeça de ninguém”, afirmou o ministro.
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A denúncia, publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo há cerca de duas semanas, mostrou que servidores da pasta teriam forjado documento que autorizou mudanças no projeto de implementação do Veículo Leve sobre Trilhos em Cuibá (MT). Primeiro, havia um parecer técnico favorável ao BRT, (ônibus que trafega em corredores exclusivos), que foi trocado por outro estudo que defendeu o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). Com a mudança, a obra passaria a custar R$ 1,2 bilhão, o que acrescentaria R$ 700 milhões ao valor inicial. De acordo com o jornal, a diretora de Mobilidade Urbana do ministério, Luiza Gomide, estaria envolvida na fraude.
Na audiência, o ministro informou que abriu sindicância para apurar a denúncia. No entanto, Negromonte afirmou que ainda não deu ordens para alteração no parecer de mudanças da obra e afirmou que os técnicos responsáveis têm autonomia. “Eu não determinei à diretora, não pedi ao chefe de gabinete [que alterasse o parecer]. Eles têm autonomia, são técnicos. Houve um impasse, o técnico deu um parecer, e ela, como diretora, deu outro parecer”, afirmou o ministro.
Ao final da audiência, o ministro conversou com a imprensa e disse não estar preocupado em perder o posto na reforma ministerial, agendada para janeiro do próximo ano. “A presidenta [Dilma Rousseff] nunca me chamou para conversar sobre isso. Não estou preocupado em sair do ministério nem em ficar. Estou preocupado em fazer um bom trabalho e estou fazendo isso”, afirmou.
Após inúmeros cancelamentos, o ministro escolheu um dia tumultuado para prestar esclarecimentos. Com a sessão esvaziada, poucos senadores questionaram o ministro que saiu rapidamente da audiência.
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