O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello determinou que os sigilos bancário e fiscal do senador Aécio Neves (PSDB-MG) fossem quebrados. A determinação do ministro diz respeito sobre as movimentações do senador no período entre 1º de janeiro de 2014 e maio de 2017. Os sigilos de Andrea Neves, Frederico Pacheco de Medeiros e Mendherson Lima também foram quebrados.
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Os registros deverão integrar as investigações no inquérito aberto contra Aécio após as delações da JBS, quando o senador foi gravado pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, que seriam propina por favores do tucano à empresa de Joesley. Um dos principais investigados na Operação Lava Jato, Aécio nega qualquer irregularidade.
De acordo com o advogado de Aécio, Alberto Zacharias Thoron, os sigilos bancário e fiscal do senador “sempre estiveram à disposição da Justiça”. A defesa também afirmou que a medida é “extremamente natural” para confirmar a inocência do tucano.
PublicidadeAndrea, Frederico e Mendherson; irmã, primo e o assessor parlamentar de Zezé Perrella (PMDB-MG), que também tiveram os sigilos quebrados também são investigados no inquérito. Andrea é acusada de solicitar os valores e Frederico e Mendherson teriam intermediado a entrega do dinheiro. Eles passaram a ser investigados após as delações da JBS, reveladas em 17 de maio deste ano.
R$ 2 milhões
Aécio foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista. Em um dos áudios do diálogo, que durou cerca de 30 minutos, o tucano justifica que precisava pagar despesas com sua defesa na Operação Lava Jato e que por isso pediu o dinheiro. Joesley gravou a conversa, com a presença de Andrea, no dia 24 de março, no Hotel Unique, em São Paulo. Na ocasião, Aécio citou o nome de Alberto Toron, como o criminalista que hoje o defende.
Na manhã seguinte à revelação dos áudios, o STF determinou o afastamento de Aécio, autorizou mandados de busca e apreensão nas residências do senador e a prisão preventiva de Andrea, que depois passou a cumprir prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica. Mais cedo nesta quinta, Marco Aurélio liberou Andrea Neves da prisão domiciliar, do uso de tornozeleira eletrônica e também tirou a proibição imposta à irmã de Aécio de sair do país e a restrição de manter contato com os demais investigados na Operação Lava Jato.
Desde então, Aécio voltou ao Senado, foi afastado uma segunda vez e teve o mandato salvo pelos colegas em plenário e retornou ao exercício do mandato afirmando ser “vítima de ardilosa armação” por parte de delatores como Joesley Batista. Aécio responde a nove inquéritos no STF.
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