Presidente nacional do PPS, o deputado Roberto Freire (SP) foi convidado por Temer para assumir a vaga. Senador entre 1995 e 2002, quando voltou à Câmara, Roberto Freire está na sétima legislatura como deputado. Membro da Assembleia Nacional Constituinte, colegiado que produziu a Constituição de 1988, Freire já integrou o PMDB e o PCB antes de se migrar para o PPS, em 1992.
Ex-secretário municipal de Cultura do Rio de Janeiro, na gestão Eduardo Paes, Marcelo Calero assumiu o cargo de ministro em maio deste ano, em meio ao processo de impeachment de Dilma Rousseff e após Temer assumir interinamente a Presidência da República. Primeiramente nomeado secretário nacional de Cultura, órgão que havia sido vinculado ao Ministério da Educação por algumas semanas, Calero virou ministro definitivamente quando a pasta voltou a ter autonomia, em consequência de manifestações diárias do setor e da própria sociedade civil.
No início de setembro, o ministro perdeu o controle ao ser hostilizado e chamado de golpista durante o Festival de Cinema de Petrópolis, no Rio de Janeiro. Em vídeo divulgado na internet (veja abaixo), Calero parece dizer “sou golpista sim, com muito orgulho”, mas o ministro nega que tenha dito isso.
“Eles agora publicam mentiras, dizendo que eu teria sido expulso do evento e que teria dito ‘golpista com orgulho’… Mas a gente sabe que mentira, aliada ao discurso do ódio, é a especialidade deles”, informou Calero por meio das redes sociais. “Eu e o público presente nos indignamos com a tentativa de interrupção de um evento que custou muito trabalho e dinheiro às produtoras e ao povo de Petrópolis – e demonstramos isso com altivez”, disse o ministro.
Relembre:
Em outro vídeo, o ministro aparece batendo-boca com o grupo de manifestantes, que o chama de “golpista”:
Leia a íntegra da carta de demissão:
“Brasília, 17 de Novembro de 2016.
Ao Excelentíssimo Senhor Presidente da República Michel Temer,
Agradeço a honra a mim concedida com o convite para ser Ministro de Estado da Cultura do Brasil de seu governo.
Venho solicitar minha demissão em caráter irrevogável por razão de ordem pessoal.
Durante os últimos seis meses, empreguei o melhor dos meus esforços, apoiado por uma equipe de extrema qualidade para pensar a política cultural brasileira.
Saio do Ministério da Cultura com a tranquilidade de quem fez tudo o que era possível fazer, frente os desafios e limitações com os quais me defrontei. E que o fez de maneira correta e proba.
Respeitosamente,
Marcelo Calero Faria Garcia”