Orlando Silva acaba de deixar o Ministério do Esporte. Em seu lugar, interinamente, ficará o secretário-executivo do ministério, Waldemar de Souza. Em entrevista coletiva concedida no Palácio do Planalto há pouco, ele afirmou que sai do cargo para se defender das recentes denúncias contra ele.
Pela manhã, em reunião de mais de três horas na liderança do PCdoB na Câmara, o presidente do partido, Renato Rabelo, avisou que o ministro do Esporte entregaria sua carta de demissão ainda hoje. Ele e parlamentares da legenda chegaram à conclusão que a situação de Silva é insustentável, especialmente pela abertura de inquérito por parte do Supremo Tribunal Federal (STF) ontem.
De acordo com a revista Veja, o ministro do Esporte é beneficiário de um esquema de desvio de recursos do programa Segundo Tempo, que dá verba a ONGs para incentivar jovens a praticar esportes. O policial militar autor da denúncia, João Dias Ferreira, é presidente da Federação Brasiliense de Kung Fu e de uma organização não-governamental (ONG) participante do programa. Ele afirmou que Silva recebeu dinheiro desviado do Segundo Tempo na garagem do ministério.
Em entrevista coletiva, o presidente nacional do partido afirmou que a relação do PCdoB com o Palácio do Planalto continua a mesma. “O PCdoB não é um partido que simplesmente caiu de paraquedas no governo. Mantemos a relação de proximidade, de intimidade”, afirmou Rabelo. Para o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), a demissão de Orlando Silva não indica crise no governo. “O Brasil está bem e o povo apoia a presidenta Dilma. É natural que em uma administração se troque de ministro. Não tem uma denúncia julgada até agora”, disse.
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