O deputado Paulo Maluf (PP-SP) afirmou, na manhã desta terça-feira (17), durante a primeira sessão de debates na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que a denúncia apresentada contra o presidente Michel Temer (PMDB) e seus ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) é baseada em acusações “falsas” e foi um “ato de terrorismo” do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot contra a economia do país.
Maluf foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal por lavagem de dinheiro a sete anos e nove meses de prisão em 23 de maio e teve recurso negado pela Corte na terça-feira passada (10). Além da pena de prisão, a sentença também prevê pagamento de mais de R$ 1,3 milhão, correspondente a 248 dias-multa por desvios em obras públicas em São Paulo.
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“O que Rodrigo Janot fez em termos de terrorismo com os investimentos nacionais e internacionais para o país não tem retorno. Terrorismo sem base legal”, afirmou Maluf durante sua fala em defesa de Temer e do arquivamento da denúncia. O pepista foi interrompido pelo colega Ivan Valente (Psol-SP) quando, exaltando a vida pública do peemedebista, afirmou que ele foi eleito presidente da Câmara três vezes, o que provava que seus pares reconheciam nele “valores que o dignificam”. Valente o interpelou, lembrando que o também peemedebista e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, preso há quase um ano na Operação Lava Jato também foi eleito ao posto.
Outros colegas deputados defenderam Maluf aos gritos e, ao retomar a palavra, o ex-prefeito de São Paulo provocou, afirmando que o colega “não anda um quilômetro em São Paulo sem pisar em uma obra de Paulo Maluf”. Ele também afirmou que não se pode condenar Temer, denunciado por formação de quadrilha e obstrução de Justiça, por pedir recursos aos colegas e questionou quem poderia levantar a mão e dizer que estava ali “sem pedir recurso para ninguém”. Ivan levantou o braço, enquanto Maluf emendava que “todos pediram, eu pedi, Michel Temer pediu”.
Os deputados têm 15 minutos para falar contra ou a favor da denúncia e do relatório do deputado tucano Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), que ocupa vaga do PSC após ser destituído da vaga de suplente de seu partido. O relatório, em sintonia com o discurso do Planalto, foi lido na semana passada e é contra o prosseguimento da denúncia.
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