Manchete de capa da Folha de S.Paulo deste sábado informa que, além do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, duas outras diretorias se prestavam ao esquema de desvio de recursos e pagamento de propina a políticos que Costa relata, em delação premiada, à Polícia Federal e ao Ministério Público. Segundo o jornal, Costa disse ter tido informações a respeito de irregularidades na diretoria de Serviços e Engenharia e na divisão internacional, na época em que ele compôs a cúpula da estatal, entre 2004 e 2012.
A diretoria de Serviços era comandada, à época, por Renato Duque, ligado à cúpula do PT durante o governo Lula. Já a divisão internacional era gerida por Nestor Cerveró, indicação de PT e PMDB. Ainda segundo a Folha, quando aceitou fazer a delação premiada, com a qual pode reduzir eventual condenação, Costa avisou a um parente que não cairia sozinho.
“Relatos obtidos pela Folha com advogados que têm acesso a informações do processo de delação premiada de Costa dizem que o ex-diretor citou nominalmente os ex-colegas, mas não indicam se ele os incriminou diretamente. Também não está claro se ele incluiu essas informações em seu acordo de delação, no qual é obrigado a apresentar evidências ou apontar caminhos para provar o que diz, ou se falou sobre algo que conhecia sem ter detalhes – ensejando, assim, novas apurações pela polícia e pelos procuradores da República”, diz trecho da reportagem.
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Dilma e o jornalismo
Com relação ao tema da Petrobras, os principais jornais do país repercutem a declaração da presidenta Dilma Rousseff a respeito do papel do jornalismo. Ontem (sexta, 19), em coletiva de imprensa, Dilma disse que a função dos profissionais da notícia não é realizar investigações, mas “divulgar informações”.
Dilma informou que pedirá ao Supremo Tribunal Federal (STF) acesso ao depoimento de Paulo Roberto Costa. “Enfática”, segundo O Globo, Dilma disse que recorrerá ao ministro Teori Zavascki, relator do caso no STF, para obter as informações, uma vez que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, negou acesso à delação. Ainda de acordo com o jornal Fluminense, Dilma se mostrou “irritada” ao mencionar, por exemplo, o fato de a revista Veja ter tido conseguido informações sob segredo de Justiça, e o governo, não.
“Não é função da imprensa fazer investigação e sim divulgar informações. […] Não é possível que a revista Veja saiba de uma coisa e o governo não saiba quem é que está envolvido. Pedi primeiro para a PF, que me disse: não posso entregar, a investigação está em curso e peça ao MP. E o MP me disse a mesma coisa: se ele me disser, ele contamina a prova. […] Quando sai uma denúncia na Veja ou em qualquer outro jornal, eu não tomo medida, porque sou presidente da República, baseada no disse me disse. Tomo medida baseada inclusive naquilo que sou a favor, que é da investigação absoluta”, bradou a candidata à reeleição.
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