Cinco dos sete membros da Comissão de Ética Pública da Presidência da República votaram pela processo contra o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), porém, um dos conselheiros pediu vista do processo e adiou a decisão para 14 de dezembro. A reunião do conselho aconteceu nesta segunda-feira (21). O assunto foi pautado pelo presidente do colegiado, Mauro Menezes, após as declarações do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero à imprensa nesse sábado. Calero afirma que deixou o governo devido à insistência de Geddel em cobrar do comando do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) um parecer favorável à construção de um luxuoso edifício de 100 metros de altura nos arredores de edificações históricas tombadas.
O caso provocou nova crise no governo Michel Temer, que em seis meses, Temer tem o sexto ministro na corda bamba. No Congresso, a oposição apresentou requerimentos de convocação do ex-ministro da Cultura para explicar as denúncias. Geddel admite que pediu a Calero que olhasse o assunto com cuidado, mas nega ter feito pressão. O peemedebista afirma que tem apoio e confiança do presidente para continuar no cargo e que não cometeu qualquer deslize ético ou irregularidade. Também afirma que não ameaçou recorrer a Temer para destituir do cargo a presidente do Iphan, Kátia Bogéa, caso seu pedido não fosse atendido.
O presidente da Comissão de Ética Pública, Mauro Menezes, avalia que o episódio precisa ser analisado com urgência devido à sua gravidade, mas evitou adiantar sua posição em relação ao assunto. O colegiado vai decidir se abre processo contra o articulador político do governo para julgar se ele cometeu infração ética. A comissão pode recomendar punições ao ministro, como simples advertência até demissão. A decisão final, porém, cabe a Michel Temer.
Em 2011, a comissão processou e sugeriu à então presidente Dilma Rousseff a demissão de seu ministro do Trabalho, Carlos Lupi, devido a acusações de desvio de verba pública e cobrança de propina em sua pasta. Na véspera da reunião em que discutiria com seu conselho político o futuro do ministro, Lupi entregou o cargo.
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