Relatórios de viagem elaborados pelo Palácio do Planalto mostram que o ex-presidente Lula contou com segurança pessoal 111 vezes em Atibaia (SP), entre 2012 e 11 de janeiro deste ano, revela reportagem do site da revista Época. Em Atibaia está localizado o sítio Santa Bárbara, no qual a empreiteira Odebrecht, segundo fornecedores, gastou R$ 700 mil em reformas. A empreiteira nega. O sítio está registrado em nome de dois sócios de Fábio Luís, o Lulinha, filho do ex-presidente. Lula nega ser o dono da propriedade e diz que frequenta o local em dias de descanso.
Como os demais ex-presidentes, ele tem direito a quatro servidores para sua segurança e apoio pessoal, além de dois veículos oficiais com motoristas. Os gastos são custeados pela Presidência da República.
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Segundo reportagem de Filipe Coutinho, ao longo desses quatro anos, sete servidores ligados à Presidência tiveram diárias pagas por se deslocar até Atibaia. Foram, ao todo, 968 diárias que custaram R$ 189 mil.
De acordo com o relatório ao qual a revista teve acesso, os servidores pernoitaram 283 vezes. Em alguns casos, ressalta Época, os seguranças tiveram de alternar turno, para que sempre houvesse alguém na cidade à disposição de Lula. Na maioria das vezes, as viagens eram de São Bernardo do Campo, onde Lula mora, para Atibaia, e depois de Atibaia para São Bernardo do Campo.
O auge das visitas ao interior paulista ocorreu entre junho e julho de 2014, período da Copa do Mundo no Brasil. Segundo a revista, nessa época, os servidores passaram seis fins de semana seguidos em Atibaia, onde Lula teria assistido aos jogos de futebol. A reportagem registra que houve seis casos de deslocamento de funcionários enquanto Lula deixava ou retornava ao país.
O Instituto Lula voltou a dizer que o sítio de amigos da família e que o ex-presidente e sua esposa, Marisa Letícia, passam apenas dias de descanso na propriedade. De acordo com a assessoria do petista, lei que define o provimento de servidores a serviço dos ex-presidentes fala em segurança e apoio pessoal, o que permitiria o acompanhamento de familiares de Lula, e não exatamente dele.
Reportagem da Folha de S.Paulo publicada na sexta-feira revelou que uma fornecedora de material de construção e um marceneiro de Atibaia declararam que a reforma do sítio foi paga pela Odebrecht. A empreiteira contesta a informação. No sábado, a Folha mostrou nota fiscal de um barco, em nome de Marisa Letícia, entregue no sítio que, segundo o ex-presidente, pertence a amigos.
Leia a íntegra da reportagem da Época
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