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Boa parte dos líderes da Casa estavam presentes na reunião, que começou pouco depois das 19h, quando ainda estava acontecendo a ordem do dia. Representantes de partidos da base, como José Guimarães (PT-CE), Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), e da oposição, como Carlos Sampaio (PSDB-SP), Rubens Bueno (PPS-PR) e Ronaldo Caiado (DEM-GO), estavam presentes. André Moura (PSC-SE) participou do início do encontro.
“É a imagem da instituição que está em jogo”, disse o líder do DEM, Ronaldo Caiado. Ele lembrou que o partido passou por situação semelhante em 2009. Na oportunidade, o deputado Edmar Moreira (MG) foi eleito para ser segundo vice-presidente e corregedor da Casa. Semanas depois, vieram à tona irregularidades no uso da verba indenizatória e a posse de um castelo que não estava no seu Imposto de Renda.
“Com a pressão, nós indicamos outro nome e resolvemos a questão”, completou Caiado. Com o exemplo de Moreira, o demista quis mostrar que o problema dos líderes não é com o partido, mas com a postura de Feliciano. As declarações dadas antes de assumir o cargo, o vídeo publicado atacando adversários políticos e o fato de não conseguir conduzir as sessões da Comissão de Direitos Humanos pesam contra ele.
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) ressaltou que o problema não é com o partido. Lembrou que, até hoje, era uma iniciativa particular de tentar resolver a situação. Hoje, após a decisão do PSC, resolveu acionar os líderes. “[Temos que resolver que o problema] para que o comando da comissão possa comandar a comissão. Aquele clima de radicalismo lá instalado, vindo de A, B ou C, não pode continuar. A comissão tem que se reunir, ter um quórum qualificado, a sua pauta, tomar decisões e a cada semana isso não está acontecendo”, disse o peemedebista.
Até então, o líder mais envolvido com a questão era Ivan Valente (Psol-SP). Além dele, Beto Albuquerque (PSB-RS) e Caiado já tinham se manifestado publicamente contra a indicação e consequente eleição de Feliciano. Hoje, ele considerou positivo o fato de “vários líderes” terem se manifestado de forma veemente sobre a paralisia da CDH. “Hoje vários líderes se manifestaram dizendo que é incompatível a presença dele na comissão por causa de suas declarações preconceituosas, racistas, homofóbicas e intolerantes”, disparou.
Para o líder do PT, José Guimarães, o colégio de líderes é mais forte do que um deputado. Por isso, ele acredita que a reunião de terça que vem pode ter o resultado esperado por parlamentares ligados a direitos humanos. “Não tem como piorar”, afirmou. Guimarães não quis comentar o conteúdo da nota emitida mais cedo pelo PSC.
Manutenção
Mais cedo, a bancada do PSC se reuniu com Feliciano. Além dele e do vice-presidente nacional do partido, Everaldo Pereira, outros seis parlamentares estavam presentes. No fim do encontro, uma nota foi lida, garantindo a presença dele na comissão e disparando indiretamente contra partidos da base, em especial o PT. “Tudo já foi resolvido. Fui eleito legitimamente, a comissão pertence ao meu partido, então não há mais discussão: permaneço no cargo”, disse Feliciano.
No Twitter, em 2011, Feliciano chamou negros de “descendentes amaldiçoados de Noé”. Contra homossexuais, chegou a dizer que “a podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam (sic) ao ódio, ao crime, à rejeição. Amamos os homossexuais, mas abominamos suas práticas promíscuas”.
Em discurso na Câmara, ele defendeu a limitação de divórcios a um por pessoa, pois, na avaliação dele, “uma família destruída hoje projeta sequelas por toda uma geração”. O deputado diz que a resistência ao seu nome é fruto de perseguição religiosa e de “cristofobia”. Além disso, o deputado é réu por estelionato em uma ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele rejeita a acusação de ser racista e homofóbico.
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