Folha de S. Paulo
Vaia a Dilma não veio só da ‘elite branca’, diz ministro
Contrariando o discurso do governo, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) afirmou nesta quarta-feira (18) que os xingamentos contra Dilma Rousseff na abertura da Copa do Mundo não partiram só “da elite branca”.
Segundo ele, a avaliação de que a gestão petista é corrupta “pegou”, percepção que, partindo das classes alta e média, está “gotejando” nos setores mais pobres.
“Me permitam, pessoal, no Itaquerão não tinha só elite branca não. Não fui pro jogo, mas estive ao lado [do Itaquerão], numa escola (…), fui e voltei de metrô. Não tinha só elite no metrô. Tinha muito moleque gritando palavrão dentro do metrô que não tinha nada a ver com elite branca”, afirmou Carvalho durante encontro com ativistas e blogueiros de esquerda no Palácio do Planalto.
O ministro, que é o responsável no governo pela interlocução com movimentos sociais, atribui essa percepção à “pancadaria” que, segundo ele, a gestão do PT sofre diariamente na imprensa.
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Convenção nacional do PT terá apenas quatro oradores
A convenção do PT que vai oficializar o nome da presidente Dilma Rousseff como candidata à reeleição será enxuta e deve ter apenas quatro oradores neste sábado (21).
Devem falar o presidente nacional do PT, Rui Falcão, o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e a própria Dilma.
A ideia é que Dilma possa iniciar sua fala por volta de meio-dia, a tempo de o evento receber cobertura na mídia impressa do dia seguinte, domingo (22), pois os jornais concluem suas edições mais cedo no sábado.
Reunião de Lula com petistas cria mal-estar
A ausência do assessor mais próximo da presidente Dilma Rousseff numa reunião dos coordenadores da sua campanha à reeleição, em São Paulo, gerou mal-estar no Palácio do Planalto, criando ruído entre aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de sua sucessora.
Ex-chefe de gabinete de Dilma, Giles Azevedo não participou de um encontro de Lula com coordenadores da campanha petista há cerca de dez dias, realizado logo após reunião do Instituto Lula em cerca de 30 pessoas discutiram a conjuntura econômica.
Lula aproveitou a presença dos coordenadores da campanha de Dilma para tratar de assuntos da eleição presidencial em seguida.
A ausência de Giles Azevedo, fiel escudeiro da presidente que deixou o governo em abril para participar do comando da campanha, não agradou à presidente Dilma, informada do encontro depois que ele foi realizado.
Barroso quer votar recursos de Dirceu e Genoino
O novo relator do processo do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, disse nesta quarta-feira (18) que irá pedir que os recursos dos condenados do processo sejam analisados pelo plenário na próxima semana.
De acordo com Barroso, há cerca de dez recursos, conhecidos como agravos regimentais, pedindo que decisões tomadas individualmente pelo presidente do STF, Joaquim Barbosa, sejam analisadas pelo plenário. Entre essas decisões estão: um pedido de prisão domiciliar do ex-presidente do PT José Genoino e um de autorização para trabalho externo do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.
Apesar de o novo relator conduzir o processo a partir de agora, a inclusão ou não dos recursos dependem do presidente da corte, que é quem comanda a pauta da Casa. Por isso, mesmo que ele deixe os agravos prontos para julgamento, a apreciação pelo plenário ainda dependerá do aval de Barbosa.
Promotoria quer R$ 1,1 bi de volta no caso Alstom
O Ministério Público pediu à Justiça que os investigados sob suspeita de pagar propina à Alstom sejam condenados a ressarcir os cofres públicos em R$ 1,1 bilhão.
A cifra equivale a quatro vezes o valor do contrato suspeito de ter sido obtido sem nova licitação e com propina.
Os principais acusados são Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de SP, e a multinacional francesa Alstom.
O pedido faz parte da primeira ação proposta pela Promotoria contra Marinho no caso Alstom, como a Folha revelou nesta quarta (18).
Após seis anos de investigações, o Ministério Público acusa Marinho de ter recebido propina para ajudar a Alstom a conseguir, sem licitação, um contrato de de R$ 281 milhões (valor atualizado) com a Eletropaulo em 1998.
Copa começa com falhas, mas sem o temido caos
A Copa faz uma semana hoje com uma coleção de pequenos problemas de organização, mas, até esse momento, nada capaz de provocar grandes danos à imagem do país.
O bordão “Imagina na Copa!”, repetido antes do Mundial como premonição de uma crise na infraestrutura e de possível fracasso do evento, não se concretizou.
Os estádios estão cheios, o clima nas ruas é de confraternização e os aeroportos, por ora, não deram vexame, embora muitos tenham sido entregues inacabados.
Nas cidades-sede, o esquema de transporte público para se chegar às arenas também tem funcionado.
Onde as obras de mobilidade não ficaram prontas a tempo, linhas expressas de ônibus e operações especiais facilitaram o acesso do público.
Câmara veta feriado em dia de jogo do Brasil, e Haddad amplia o rodízio
Após sofrer derrota na Câmara que barrou o feriado na segunda-feira (23), o prefeito Fernando Haddad (PT) decidiu que o rodízio de veículos nesse dia, para placas com finais 1 e 2, será das 7h às 20h.
A lei que estabelece o rodízio na cidade não menciona horários. Porém, decreto de 1997 estipulou a restrição das 7h às 10h e das 17h às 20h de segunda a sexta-feira.
A decisão é uma tentativa de evitar congestionamento como o da terça (17), quando a capital teve 302 km uma hora antes do jogo entre Brasil e México, em Fortaleza.
O Estado de S. Paulo
Xingamentos contra Dilma não partiram apenas da ‘elite branca’, afirma ministro
Campos ouve críticas do PSB por poupar Lula e agradar Marina
Pré-candidato do PSB admite excesso da PM
Aécio anuncia programa para o Nordeste
Minas diz que ação beneficiou três milhões
Padilha acusa Skaf de roubar slogan e declara guerra ao PMDB paulista
Promotoria solicita bloqueio de R$ 1,1 bi de Marinho e mais dez
Líder do PT pede que ministro se afaste de processo da Petrobras
Gerente da Petrobras nega irregularidade na refinaria Abreu e Lima
Alteração das bancadas na Câmara é inconstitucional, decide STF
Barroso quer julgar logo recursos do mensalão
Informe militar não vê abuso na ditadura
Comissão Nacional da Verdade estuda pedir na Justiça acesso a documentos
O Globo
Após pacote de bondades, Pezão propõe aumento do teto do funcionalismo
O presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Paulo Melo (PMDB), confirmou nesta quarta-feira ao Globo que o Executivo deve enviar à Casa uma proposta de emenda para elevar o teto do servidor estadual. Esse aumento seria escalonado, em quatro anos. Atualmente, o teto do funcionalismo no estado corresponde a 90% do salário do governador, que, no ano passado, pulou de R$ 20,6 mil para R$ 21,8 mil. Com a proposta, o teto seria vinculado à remuneração do desembargador, que, por sua vez, recebe 95% do salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Se aprovada a emenda à constituição estadual, o teto passará a ser de cerca de 90% do salário do ministro do Supremo. Saltaria, portanto, de cerca de R$ 21,8 mil para aproximadamente R$ 26,6 mil. Paulo afirmou que o aumento do teto não se dará de um vez e sim em quatro anos.
Dividido, PR realiza convenção nacional neste sábado
O PR faz no sábado sua convenção nacional, mas tende a adiar para o final do mês a definição sobre a coligação nacional. O partido está dividido em relação ao apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff. O comando da legenda, tendo à frente o presidente do PR, senador Alfredo Nascimento (AM), defende a coligação com Dilma, mas um grupo capitaneado pelo PR de Minas Gerais quer que o partido apoie o tucano Aécio Neves. Há, além disso, a posição do senador Magno Malta (PR-ES), que fará uma discurso pela candidatura própria — a dele — à Presidência da República. Diante da divisão, ganhou força a ideia de delegar à Executiva do partido a decisão: se ficam com Dilma, com Aécio ou sozinhos, sem dar a ninguém seu minuto de TV.
— Se não tiver consenso, delega para a Executiva e ganha mais 15 dias para trabalhar para o entendimento. Essa é a maior possibilidade hoje — afirma o senador Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP), que defende o apoio a Dilma.
Força-tarefa dos EUA investiga documentos do período da ditadura brasileira
Por determinação do presidente Barack Obama, o governo dos Estados Unidos criou uma força-tarefa para identificar documentos produzidos entre 1964 e 1984 relacionados às violações de direitos humanos ocorridas na ditadura militar brasileira. O material deverá ser repassado à Comissão Nacional da Verdade, informou nesta quarta-feira ao Globo a Casa Branca.
Uma primeira seleção de papéis, até então sigilosos, foi entregue pelo vice-presidente americano, Joe Biden, à presidente Dilma Rousseff em Brasília, na terça-feira. Tratava-se de um fichário com dezenas de páginas.
Agora, um grupo especial dos Arquivos Nacionais americanos avalia documentos oficiais produzidos por diversos órgãos dos EUA com o intuito de contribuir com os trabalhos da comissão.
Supremo derruba regra que alterou número de deputados de 13 estados
O Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou ontem, por 7 votos a 3, os efeitos da resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de 2013, que alterou o tamanho das bancadas de parlamentares em 13 estados e que já valeriam para as eleições de 2014. As mudanças mexiam no número de parlamentares tanto na Câmara dos Deputados como em algumas assembleias legislativas.
Apesar dos 7 a 3, o resultado definitivo será proclamado em sessão da semana que vem. Os ministros, ao derrubarem a resolução, querem deixar claro quais os efeitos da decisão desta quarta. No caso da Câmara, cinco bancadas estaduais aumentaria suas representações – Minas Gerais, Ceará, Pará, Santa Catarina e Amazonas – e oito perderiam deputados – Rio, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco, Paraíba, Espírito Santo, Alagoas e Piauí.
Correio Braziliense
Plenário do STF julga recursos de condenados do mensalão na semana que vem
Recém-escolhido relator das execuções penais e outros processos relacionados ao mensalão, o ministro Luís Roberto Barroso afirmou ontem que levará os recursos relativos à Ação Penal 470 ao plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) na próxima semana. O ministro pedirá ao presidente da Corte, Joaquim Barbosa, para incluir os agravos na pauta de julgamentos da sessão marcada para a quarta-feira que vem. Depois, só há mais uma sessão antes do recesso do Judiciário, em 1º de julho. De acordo com Barroso, há cerca de dez recursos do caso a serem julgados, como pedidos de prisão domiciliar e trabalho externo.
“A ideia é pedir pauta para próxima sessão. Eu gostaria de entrar no recesso com isso decidido, e gostaria de fazê-lo em plenário, na medida do possível”, disse o relator. A inclusão dos recursos na pauta de julgamentos depende de consentimento do presidente da Corte, Joaquim Barbosa. Caso o plenário não aprecie os recursos, Barroso não desconsidera tomar uma decisão monocrática. “Sou uma pessoa institucional e gostaria de tomar decisão colegiada. Mas sou também uma pessoa que faço meu papel sem pedir licença quando é meu papel. Se eu tiver que decidir sozinho vou decidir sozinho, mas preferiria decidir de maneira colegiada.”
Segundo Barroso, há mais de “uma dezena” de recursos relativos pendentes. Entre eles, o pedido do ex-presidente do PT José Genoino para cumprir pena em casa e recursos de presos em regime semiaberto pedindo autorização para trabalhar fora do presídio. Em maio, Barbosa negou a permissão de trabalho externo ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, preso no Complexo da Papuda, e suspendeu o benefício de outros presos.
De acordo com Barroso, a urgência em votar os recursos se justifica porque “quem está preso, tem pressa”. “Quando a gente imaginava que Ação Penal 470 tinha acabado, ela ainda tem essa sobrevida inevitável. Quando recebi a notícia (de que assumiria a relatoria) me lembrei de uma frase famosa de Mikhail Gorbachev (ex-político da extinta União Soviética) que diz assim ‘Matar o elefante é fácil. Difícil é remover o cadáver’. Portanto, ainda temos aí um saldo da Ação Penal 470 para ser resolvido”, afirmou.
Congresso em clima de recesso antecipado com ausência de parlamentares
Copa do Mundo, campanha eleitoral nos estados e véspera de feriado. Fórmula perfeita para a gazeta oficial dos senadores e deputados. Não deu outra. Ontem, mais uma vez, os corredores e plenários do Congresso Nacional ficaram vazios. Pela manhã, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados adiou para a próxima quarta-feira o depoimento de sete testemunhas do processo contra o deputado André Vargas (sem partido-PR), suspeito de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso em março durante a Operação Lava-Jato da Polícia Federal. Além do presidente e do relator, apenas dois deputados compareceram. À tarde, a reunião da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) mista que apura irregularidades na Petrobras foi cancelada por falta de quórum.
Antes do início do Mundial, o planejamento da Câmara previa oito sessões deliberativas — aquela em que há análise de matérias. Já o Senado planejou quatro reuniões. A promessa não será cumprida. O pior: durante a competição, o contribuinte brasileiro desembolsará R$ 727,8 milhões para custear o Congresso vazio.
Na manhã de ontem, o relator do processo contra André Vargas no Conselho de Ética, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), aproveitou o baixo número de presentes para se promover. “Eu estou aqui. Eu também gosto de Copa do Mundo e de festas juninas. Acordei hoje às 3h30 da manhã para pegar um voo. Fiz a minha parte”, afirmou. Às 11h, o presidente do colegiado, deputado Ricardo Izar (PSD-SP), abriu a sessão.
Das sete testemunhas convidadas por Delgado, apenas três comunicaram que não poderiam comparecer: Bernardo Tosto, dono do jatinho que teria sido usado por Vargas em viagem de férias com a família para João Pessoa; o secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, que teria intermediado as negociações com o laboratório Labogen; e o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). A pedido de Tosto, o colegiado concordou que ele preste os esclarecimentos por escrito. O presidente do PT, Rui Falcão, o líder do partido na Câmara, deputado Vicentinho (SP), e os donos do Labogen, Leonardo Meireles e Esdras Ferreira, não justificaram a ausência. Delgado comunicou que o doleiro Alberto Youssef será ouvido em 1º de julho, às 11h, por meio de videoconferência.
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