O ESTADO DE S. PAULO
Coaf detecta dinheiro do governo de Goiás para Carlinhos Cachoeira
Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Fazenda, mostra que uma das empresas do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, recebia dinheiro do governo de Goiás entre o primeiro e o segundo mandatos do governador Marconi Perillo (PSDB), que administrou o Estado de 1999 a 2002, reelegendo-se para o período de 2003 a 2006.
Suspeita de existir como empresa de fachada para evasão de divisas e lavagem de dinheiro, a BET Capital obteve R$ 1,3 milhão em depósitos da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop) entre 2002 e 2005. A CPI do Cachoeira pretende apurar se os recursos têm como origem serviços efetivamente prestados ao governo goiano.
Dono de participação societária da BET por meio da Teclogic Tecnologia Eletrônica, Cachoeira era o representante legal da empresa. As escutas da Operação Monte Carlo, desencadeada pela Polícia Federal já no terceiro mandato de Perillo (a partir de janeiro de 2011), mostram que o contraventor tinha influência na Agetop. Num dos grampos, ele informa ter feito empréstimo de R$ 600 mil ao presidente do órgão, Jayme Rincon, que nega ter recebido dinheiro.
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Presidente da CPI do Cachoeira é submetido a cateterismo em SP
O senador Vital do Rêgo Filho (PMDB/PB), presidente da CPI do Cachoeira, passou mal nesta quinta-feira, 31, e foi submetido a um check-up no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Segundo boletim médico divulgado pelo hospital, o presidente da CPI do Cachoeira foi submetido a um cateterismo nesta sexta-feira, 1º. O exame não identificou nenhuma anormalidade e o senador deve receber alta médica neste sábado, 2.
Código Florestal virou ‘código agrário’, critica Marina Silva
“Vamos ter um intervalo para a Rio+20 e depois, pode ter certeza, será política de terra arrasada sobre a legislação ambiental brasileira”, afirmou nesta sexta-feira, 1º, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva. Após uma palestra para estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a ex-senadora e candidata derrotada na eleição presidencial de 2010 criticou o veto “periférico e insuficiente” da presidente Dilma Rousseff e avaliou que o Brasil não tem mais um Código Florestal, mas um “código agrário”.
“É a primeira vez na história do País que eu vejo tanto retrocesso, em todos os governos. Independente de quem fosse, sempre havia um ganho, mesmo que fosse pequeno. É a primeira vez que só se tem perdas. Estão revogando o esforço de mais de 20 anos de regulação da governança ambiental”, afirmou Marina, cercada por estudantes, em entrevista no prédio da Coppe, que congrega os programas de pós graduação e pesquisa de engenharia da UFRJ.
Apesar das críticas, ela disse que não faz oposição política à presidente Dilma. “Espero que rumos sejam corrigidos, que os sinais dados pela sociedade possam ajudar a corrigir. Eu tinha muita esperança de que esse gesto fosse feito no veto. Não foi. Agora temos o risco desse intervalo, porque o que fizeram foi ganhar tempo para atravessar a Rio+20”, declarou. Segundo ela, já existem mais de 200 emendas para “piorar o texto do código”. “O que será avaliado (no Congresso) é uma caixa de Pandora, com todas suas maldades”.
Máfia dos Sanguessugas: ex-deputados denunciados
O Ministério Público Federal pediu a inclusão dos ex-deputados Edna Macedo, irmã do Bispo Macedo, e Marcos Roberto Abramo, da bancada evangélica, como réus na ação de improbidade administrativa da “Máfia dos Sanguessugas”. Para a promotoria, os ex-parlamentares beneficiaram o suposto esquema de compra de ambulâncias com emendas individuais ao orçamento federal. O MPF diz que a inclusão das emendas foi “imprescindível” para a liberação da verba. O Estado não conseguiu ouvir Edna e Abramo.
Mãe de vítima emociona na instalação da Comissão da Verdade de Pernambuco
Elzita Santa Cruz, 98 anos, representante dos mortos e desaparecidos no período da ditadura militar, deu o tom de emoção à instalação da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Hélder Câmara, na tarde desta sexta-feira, 1º, nos jardins do Palácio do Campo das Princesas. “Onde está meu filho?” perguntou ela, que aguarda uma resposta há 38 anos, desde o desaparecimento de Fernando Santa Cruz, sequestrado no dia 23 de fevereiro de 1974, no Rio de Janeiro.
A solenidade contou com a presença do ex-governador, senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) – que está em processo de reaproximação com o governador Eduardo Campos (PSB) – da presidente da Comissão Parlamentar da Memória e da Verdade, Luiza Erundina, e do membro da Comissão nacional da Verdade, José Paulo Cavalcanti. O arcebispo e Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, também prestigiou a instalação da comissão estadual, que deverá ter como um dos focos prioritários de trabalho a investigação do assassinato do padre Antonio Henrique Pereira Neto, em 1969.
Dados do CNJ mostram que corrupção é pouco punida
Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostram que no ano passado 207 pessoas foram condenadas definitivamente pela Justiça brasileira por envolvimento com crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Outros 268 foram condenados de forma definitiva por participação em atos de improbidade administrativa.
“O número de condenações é ínfimo”, afirmou o conselheiro do CNJ Gilberto Martins Valente, responsável pela divulgação dos dados. “Temos de verificar quais entraves o Judiciário enfrenta para julgar as ações”, disse. “A estrutura não está funcionando e temos de saber os motivos.”
O CNJ fez o levantamento com base em informações encaminhadas pelos tribunais estaduais e federais do País. De acordo com os dados disponibilizados pelos órgãos federais, em 2011 foram recebidas 229 denúncias por corrupção e lavagem de dinheiro. Na Justiça Estadual, as denúncias aceitas totalizaram 1.512.
PR não irá ao encontro municipal do PT em SP
Aliado do governo da presidente Dilma Rousseff e cortejado pelo PT de São Paulo para compor aliança nas eleições municipais deste ano em São Paulo, a direção do PR decidiu que a sigla não estará presente neste sábado ao 18º Encontro Municipal da sigla, que vai anunciar a candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura da Capital. Dos três partidos que o PT convidou para o evento deste sábado e com os quais negocia aliança nessas eleições na Capital, apenas PSB e PCoB confirmaram presença.
O presidente do Diretório Municipal do PR em São Paulo, vereador Toninho Paiva, que recebeu o convite, afirmou à Agência Estado que não irá ao evento. A assessoria do suplente de Marta Suplicy (PT-SP) no Senado, Antônio Carlos Rodrigues, também do PR, diz que ele sequer foi convidado.
A recusa em participar do encontro é mais uma indicação de que o PR deverá mesmo fechar aliança com o PSDB nas eleições municipais de outubro na Capital. Uma união que recebe o aval do presidente municipal da sigla. “O caminho deve ser esse (fechar aliança com o PSDB)”, afirmou Paiva.
FOLHA DE S.PAULO
Baixo investimento sepulta meta do governo para o PIB
Com queda dos investimentos das empresas e do governo, o desempenho da economia brasileira no primeiro trimestre ficou abaixo das expectativas mais pessimistas – e os dados não prenunciam uma aceleração tão cedo. Segundo divulgou o IBGE, a produção nacional, reunindo indústria, agricultura e serviços, praticamente não cresceu no período e se mantém perto da estagnação desde a metade do ano passado, a despeito da queda dos juros e da sucessão de pacotes oficiais de estímulo.
Tudo somado, o Produto Interno Bruto – ou seja, toda a renda gerada no país – medido de janeiro a março foi apenas 0,2% superior ao dos três meses anteriores. As previsões mais comuns no mercado e em Brasília variavam de 0,3% a 0,6%. O resultado não só é incompatível com a meta do governo Dilma Rousseff de um crescimento de 4,5% neste ano, já sepultada, como põe em risco até o prêmio de consolação de uma taxa acima dos modestos 2,7% de 2011.
Não há um cenário de alarme, porque o desemprego se mantém baixo, preserva o consumo das famílias e atenua o desgaste político. Mas a estagnação ameaça as promessas de um caminho mais curto rumo ao desenvolvimento: desde o início do mandato da presidente, foram cinco trimestres consecutivos de expansão abaixo de 1%, o que não acontecia desde o final dos anos 90.
Dilma quer ações coordenadas para estimular economia
Em reação ao baixo resultado do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre, a presidente Dilma Rousseff orientou a sua equipe, segundo assessores, a desencadear uma ação coordenada para estimular a economia e evitar que o crescimento em 2012 seja menor que 3%. De acordo com auxiliares, Dilma determinou que o governo “não deve jogar a toalha” e aceitar como “fato consumado” que o PIB crescerá o mesmo que no ano passado (2,7%) diante do crescimento de apenas 0,2% registrado de janeiro a março.
A ordem do Palácio do Planalto é trabalhar para que a economia cresça acima de 3% no ano, mas assessores avaliam como praticamente impossível atingir essa marca. A expectativa de técnicos é que o crescimento fique mesmo próximo ao de 2011.Isso porque, apesar da melhora esperada entre abril e junho, o segundo trimestre ainda será um período de crescimento mais baixo. E, nas estimativas da equipe econômica, entre julho e dezembro, o país estará crescendo numa velocidade de 4% a 4,5% anualizados – o que não será suficiente para fazer o PIB fechar o ano acima de 3%.
Para Mantega, trimestre está ‘no retrovisor’
O ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou ontem que o desempenho fraco da economia no primeiro trimestre “ficou para trás” e que, a partir de maio, é possível perceber a aceleração da atividade. “Esse primeiro trimestre ficou para trás, estamos olhando pelo retrovisor”.
Mantega atribuiu o resultado ao desempenho negativo do setor agropecuário e à escassez de crédito: “A diminuição do crédito é uma das razões da nossa desaceleração no final do ano passado e neste trimestre”, afirma. Mas, diz, os estímulos anunciados farão a economia crescer a um ritmo de 4%, 4,5% no 2º semestre.
Ex-diretor do Dnit diz que PT e PSDB usaram obras para financiar eleição
O engenheiro Luiz Antonio Pagot, ex-diretor do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), deu duas entrevistas nas quais acusa o PT e o PSDB de usarem os governos federal e de São Paulo para bancar as campanhas de Dilma Rousseff e José Serra à Presidência da Republica, em 2010. À revista “Época”, Pagot disse que o alto escalão do PT pediu ajuda para conseguir doações de empresas contratadas pelo Dnit. À “Istoé”, acusou o PSDB de desviar dinheiro da obra do Rodoanel, em São Paulo, para o comitê do tucano José Serra.
Pagot foi exonerado do Dnit em 2011 após a divulgação de suspeitas de cobranças de propina no Ministério dos Transportes, ao qual o Dnit é ligado. Na CPI do Cachoeira, há um requerimento para que ele seja ouvido. O pedido ainda não foi votado. À revista “Época”, Pagot afirmou que foi procurado pelo deputado federal José di Filippi Júnior (PT-SP), tesoureiro da campanha de Dilma, para auxiliar na arrecadação de recursos.
Petistas e tucanos negam acusações feitas por Pagot
Petistas e tucanos negam as acusações do ex-diretor do Dnit, Luiz Antônio Pagot. À revista “Época”, o deputado federal José de Filippi Júnior (PT-SP), disse que foi Pagot quem o procurou oferecendo três aviões do então governador de Mato Grosso, o hoje senador Blairo Maggi (PR), seu padrinho político, para auxliar a campanha de Dilma Rousseff.
Procurada pela reportagem, a assessoria do ex-governador José Serra, pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, citado na entrevista de Pagot à “Istoé”, afirmou que “trata-se de uma calúnia pré-eleitoral aloprada”. “A acusação é inconsistente e a credibilidade dos envolvidos é zero”, disse. A assessoria disse que Serra tomará “medidas judiciais”.
Em nota, o PSDB paulista disse que “a matéria é caluniosa. As campanhas do governador Geraldo Alckmin e de José Serra sempre contaram com doações declaradas à Justiça Eleitoral”.
José Luiz de Oliveira Lima, advogado de Paulo Vieira de Souza, disse que as afirmações de Pagot “não são verdadeiras” e que ele será processado por danos morais. O prefeito Gilberto Kassab não respondeu até o fechamento desta edição.
J&F desiste da Delta após a CPI quebrar sigilo da empreiteira
Três dias depois de a CPI do Cachoeira ampliar a quebra dos sigilos fiscal, financeiro e bancário da empreiteira Delta, a holding J&F anunciou ontem que desistiu da compra da empresa. O presidente do grupo J&F, Joesley Batista, afirmou que a decisão se deve a “uma crise de confiança da Delta”, pois ela ficará sob suspeição durante as investigações.
“O sigilo nacional quebrado em si não é o ponto. O ponto é a prolongação e o que isso significa. A empresa vai se manter sob suspeita por mais um, dois, dez meses”, disse. “Estávamos avaliando uma empresa saudável, que estava preparada para passar por um tipo de tempestade, que era se provar idônea à CGU”, completou.
Decisão foi precedida por reuniões com petistas
Uma série de reuniões antecedeu a decisão da J&F anunciada ontem. Antes da rescisão, o presidente da holding, Joesley Batista, reuniu-se com o ministro Guido Mantega (Fazenda) e com parlamentares do PT. A maratona incluiu um encontro com o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), membro da CPI do Cachoeira, num hotel de São Paulo, quatro dias antes de a comissão quebrar o sigilo da Delta.
Joesley também esteve com o sócio majoritário da Delta, Fernando Cavendish. O empresário disse a interlocutores que não queria assumir dívidas para financiar uma empresa sob suspeita.
Procuradoria prepara nova denúncia contra grupo de Cachoeira
O Ministério Público Federal em Goiás prepara uma nova denúncia à Justiça contra Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e seu grupo. Desta vez, pelos crimes de evasão de divisas, contrabando e lavagem de dinheiro. A denúncia deve ser protocolada nas próximas semanas e com novos pedidos de prisão preventiva.
A Procuradoria vai acusar Cachoeira e seu grupo de evasão de divisas ao tentar montar um esquema de jogo em Curaçao, no Caribe. Gravações telefônicas mostram o grupo agindo para cadastrar clientes de bingos clandestinos num site naquela região.
PSDB acusa Haddad de propaganda ilegal
A entrevista do ex-presidente Lula ao lado de seu pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, no “Programa do Ratinho”, do SBT, provocou reação dos partidos de oposição ao PT. PSDB e PPS anunciaram que vão ao Tribunal Regional Eleitoral, alegando que houve propaganda antecipada.
Os tucanos vão protocolar representação na segunda contra Lula, a campanha de Haddad, o SBT e Ratinho. “Vamos representar contra o SBT e o Ratinho porque o apresentador deveria manter uma postura de isenção, mas, ao contrário, estimulou a campanha antecipada”, disse o presidente municipal do PSDB, Julio Semeghini.
Ele disse que a entrevista foi uma “ação articulada” pela campanha do PT, “inclusive com trocas de mensagens no Twitter divulgando a aparição do Haddad”. Assessores do petista escreveram no microblog que haveria “uma surpresa” no programa.
Marta diz a petistas que irá à festa do candidato
Ausente de todos os eventos da campanha de Fernando Haddad até aqui, a senadora Marta Suplicy disse a dirigentes do PT que vai hoje ao ato de lançamento do pré-candidato do partido à Prefeitura de São Paulo. Ela tem se mantido afastada desde novembro de 2011, quando cedeu à pressão do ex-presidente Lula e deixou a disputa pela chapa petista. Na semana passada, causou desconforto ao dizer que “não basta o novo” para vencer – uma resposta ao slogan “Só se renova quem traz o novo”, adotado por Haddad.
Lula será a estrela do ato, que deve reunir 1.500 petistas na zona norte. Dirigentes do PC do B confirmaram presença, mas não anunciarão apoio ao petista. Líderes de PSB e PR foram convidados, mas não responderam.
Kassab oficializa área para Instituto Lula
O prefeito Kassab sancionou a concessão do terreno em que o Instituto Lula construirá o Memorial da Democracia, na área da cracolândia, em São Paulo. O instituto terá um ano para apresentar o projeto e outro ano para começar a construir.A toga inquieta – perfil Gilmar MendesPara adversários, ele é o inimigo número um do PT e o guerreiro das causas equivocadas. Para defensores, um homem que põe o direito acima de tudo e não aceita patrulhamentos. Os dois lados, porém, concordam que ele é muito suscetível a rumores e extrapola nas reações. Esse é Gilmar Mendes, nascido em Diamantino (MT) em 1955, nomeado para o STF (Supremo Tribunal Federal) em 2002, presidente da alta corte de 2008 a 2010 e sempre metido em confusões.
Ex-advogado-geral da União no governo Fernando Henrique Cardoso, sua própria chegada ao STF, pelas mãos de FHC, já foi problemática, com uma das mais altas taxas de rejeição na sabatina no Senado e críticas do jurista Dalmo Dallari, ligado ao PT, que o acusava de “tucano” e previa riscos “à normalidade institucional”
(…)
Apesar da verborragia e da adjetivação, reagiu contra a Lei da Ficha Limpa e deu pelo menos três votos a favor do PT em momentos cruciais: contra a investigação do atual ministro da Educação, Aloizio Mercadante no “dossiê dos aloprados”, para livrar o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci na quebra do sigilo do caseiro Francenildo Costa e a favor do ex-deputado José Genoino. Quem conhece seu temperamento aposta: suas lutas continuam. Só falta saber qual será o próximo round – e com quem.
EUA sabotaram programa nuclear do Irã – New York Times
Desde o começo de seu mandato, o presidente norte-americano, Barack Obama, vem ordenando ataques sigilosos e cada vez mais sofisticados contra os sistemas de computação usados para controlar as instalações de enriquecimento nuclear do Irã. Assim, expandiu de maneira significativa o primeiro uso continuado de armas cibernéticas pelos EUA, afirmam participantes do programa.
Obama decidiu acelerar os ataques, iniciados no governo de George W. Bush sob o codinome “Olympic Games” (“Jogos Olímpicos”), mesmo depois que um dos elementos do programa chegou acidentalmente ao conhecimento do público em 2010. Nessa ocasião, um erro de programação levou o vírus a se espalhar da central nuclear de Natanz, no Irã, para todo o planeta, via internet.
O GLOBO
Senadores querem voto aberto pela cassação de Demóstenes
O grupo de senadores que se uniram para evitar que o senador Demóstenes Torres acabe absolvido em plenário espera ter até o início da próxima semana um estudo pronto que os permita votar abertamente pela cassação do seu mandato. O senador Pedro Taques (PDT-MT), ex-procurador da República e responsável por elaborar a tese que dê sustentação ao voto aberto, já delineou a proposta. Ela se baseará na tese de que o voto é secreto para preservar o parlamentar de pressões, mas que não se trata de uma imposição. Assim, o senador que quiser poderá votar abertamente.
— O código eleitoral (que prevê a anulação dos votos que forem abertos) faz uma previsão que não se aplica à Constituição. A previsão da Constituição é que deve se aplicar ao código, não o contrário — explicou Taques. O senador deve concluir o estudo na próxima semana e pode até dispensar a ideia de entrar com uma medida no Supremo Tribunal Federal, como fez na quarta-feira o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES). Para Taques, a interpretação da Constituição é soberana e dispensa consultas à Corte.
A questão foi debatida na quinta-feira, no plenário do Senado, por Taques, Ana Amélia Lemos (PP-RS), Humberto Costa (PT-PE) e Rodrigo Rollemberg (PSB-DF). Outros senadores como Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Cristovam Buarque (PDT-DF) e Ferraço devem se unir ao grupo na próxima semana.
Comentário homofóbico pode render multa ao filho de Bolsonaro
A novela envolvendo o deputado federal Jair Bolsonaro, que há pouco mais de um ano deu uma declaração polêmica ao programa CQC, da Rede Bandeirantes, dizendo que “seus filhos não corriam o ‘risco’ de se casarem com uma mulher negra”, além de tecer comentários pejorativos sobre homossexuais, tem agora um novo capítulo. Nesta sexta-feira, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por intermédio da 7ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Cidadania, ajuizou Ação Civil Pública (ACP) por danos morais difusos à comunidade LGBT contra seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro que, à época da absolvição do pai no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, publicou no Twitter o comentário “CHuUuuuPA Viadada. Bolsonaro absolvido!!!! Viva a Liberdade de Expressão. Parabéns Brasil!”.
A ação requer ainda que o vereador seja condenado a pagar 100 vezes o valor de seu salário, que é de R$ 15 mil. – A conduta do ora demandado, Vereador à Câmara Municipal do Rio de Janeiro, causou danos morais a um número imenso, a rigor, indeterminado de pessoas, destinatárias que foram de suas preconceituosas e ofensivas declarações. Tal conduta é inconcebível, sobretudo porque praticada por um parlamentar no exercício da vereança há mais de dez anos, e viola, numa só tacada, uma pletora de normas constitucionais, como adiante se verá – diz o promotor de Justiça Rogério Pacheco Alves, subscritor da ação.
O texto da Ação Civil Pública afirma que a conduta preconceituosa e homofóbica fere o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, fundamentado no artigo 1º da Constituição Federal, além de outros direitos fundamentais, como a liberdade de orientação sexual que diz respeito à intimidade e à vida privada do indivíduo. – A liberdade de dispor da própria sexualidade é um direito fundamental que emana da dignidade humana, cláusula pétrea – destaca o promotor.
O que mais chama a atenção nessa história é que Carlos Bolsonaro é o atual vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Para o coordenador do projeto Rio sem Homofobia, Claudio Nascimento, a situação é ainda mais absurda justamente por se tratar de um integrante de uma comissão de direitos humanos.
Delta Construções admite fim do negócio com J&F Holding
Na noite desta sexta-feira, a Delta — maior detentora de contratos com o PAC, com cem contratos ativos com o governo federal que somam R$3,4 bilhões, e que está sendo auditada pela Controladoria Geral da União — reconheceu o fim do negócio com a J&F Holding e divulgou nota informando não ter havido consenso para o fechamento da operação de compra e venda. No texto, a empresa ressaltou que “aplicará todos os seus esforços para cumprir os compromissos assumidos” e afirmou a intenção de preservar os cerca de 30 mil empregos em suas obras e projetos.
— Nada mais danoso num negócio do que crise de confiança. Porque crise de confiança, o dinheiro não resolve. Como você vai convencer um funcionário a trabalhar na Delta hoje? Como vai contratar um bom engenheiro para uma obra? — diz Joesley Batista, presidente da J&F Holding.
Apesar de danoso para a Delta, o empresário classifica como “legítimo” o debate sobre a empresa na CPI. A equipe montada para analisar as contas da construtura já havia detectado queda de cerca de 30% no fluxo de faturamento mensal da empresa, que girava em torno de R$ 200 milhões. O atraso no pagamento de contratantes em função da crise é a principal razão.
CPI deve ouvir radialista que recebeu dinheiro de Cachoeira
Depois de ser convocado pela unanimidade dos votos dos integrantes da CPI do Cachoeira, o governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) pode se complicar ainda mais. O senador Pedro Taques (PDT-MT) anunciou nesta sexta-feira que, na segunda-feira, pedirá a convocação do radialista Luiz Carlos Bordoni, que contou na última quinta-feira ter recebido dinheiro da Alberto & Pantoja Construções como pagamento a serviços prestados à campanha eleitoral de Perillo em 2010. A Alberto & Pantoja é uma das supostas empresas fantasmas usadas pelo bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, para lavar dinheiro da Delta Construções, conforme relatório da Operação Monte Carlo.
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e o deputado Rubem Bueno (PPS-PR) endossam a convocação do radialista. Taques também examina a possibilidade de chamar para depor Bruna Bordoni, filha do radialista. O dinheiro da Alberto & Pantoja foi depositado na conta de Bruna por sugestão do pai. — O radialista pode colaborar com elementos que confirmem ou não o envolvimento do governador Perillo com os negócios de Cachoeira. A CPI é o lugar ideal para que ele preste estes esclarecimentos — disse o deputado Rubens Bueno.
Silvio Costa se diz arrependido de ter xingado Pedro Taques
Um dia depois de se tornar o protagonista da confusão ao final da sessão da CPI do Cachoeira, marcada pelo silêncio do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), o deputado Silvio Costa (PTB-PE), admitiu nesta sexta-feira estar arrependido de chamar o senador Pedro Taques (PDT-MT) de “merda” e “filho da p…”. Silvio Costa havia atacado Demóstenes, e Taques reclamou do tom usado com o investigado.
O que o senhor achou da repercussão da briga com o senador Pedro Taques?
SILVIO COSTA: Primeiramente, o Demóstenes não é um depoente qualquer. Ele é um senador da República e, ao longo de dez anos, ele enrolou o país. Ele se apresentava como um grande paladino da ética. Se apresentava como o grande arauto da moralidade e apontava o dedo da acusação para todo mundo.É claro que ele usou a prerrogativa constitucional de ficar calado. Quando ele usa essa prerrogativa, naturalmente ele se auto-acusa. Ele se coloca como um semelhante aos demais membros da organização do senhor Cachoeira. E se você pegar a minha fala, eu comecei pausadamente me dirigindo a ele falando o que eu queria dizer. Lamentavelmente, o senador Pedro Taques – eu estava com a palavra como líder – pediu uma questão de ordem em um momento inoportuno, que o regimento não permite. E o pior: o presidente Vital concedeu a questão de ordem.
Então eu entendi aquilo como se fosse uma orquestração do senador Pedro Taques para proteger o Demóstenes. E eu fiquei preocupado: o senador Demóstenes anda dizendo que tem 32 votos no Senado a favor da sua não cassação. Eu espero que o senador Pedro Taques não seja um desses votos.
O senhor se arrependeu da forma como se expressou?
Silvio Costa: Eu não me arrependo de absolutamente nada que eu disse ao senador Demóstenes. A única coisa que eu não diria é o que eu disse fora do microfone em relação ao senador Pedro Taques. Ali ele tentou me agredir, dizendo ‘não me meça com a sua régua’. Eu usei palavras de baixo calão e isso eu não faria de novo.Eu tento ali naquela CPI ter a mesma indignação do cidadão comum. Sei que as pessoas têm uma leitura muito ruim da classe política. Eu não sou o paladino da ética. Aliás, eu tenho horror a paladino da ética. Todos esses, no fundo, querem esconder alguma coisa. E o Demóstenes é um exemplo vivo disso.
PT lança nesta sábado candidatura de Haddad em São Paulo
Com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de ministros, o PT lança neste sábado a candidatura de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo. A presidente Dilma Rousseff deve aparecer em um vídeo durante o encontro do Diretório Municipal da legenda. O partido, que planeja reunir duas mil pessoas, tenta turbinar a candidatura, que ainda patina. Haddad tem apenas 3% das intenções de voto nas pesquisas de opinião e não fechou oficialmente até agora nenhuma aliança para a disputa eleitoral de outubro.
O jingle, que será apresentado aos militantes, vai citar Lula, mentor e principal responsável por viabilizar o nome do ex-ministro da Educação. O slogan fará menção à novidade que Haddad representa e à necessidade de mudança na cidade, apesar de o PT ter negociado uma aliança com o atual prefeito Gilberto Kassab (PSD), antes de o tucano José Serra entrar na disputa, em fevereiro. Haddad nunca disputou uma eleição.
No encontro, os militantes petistas vão aprovar em votação a escolha de Haddad para candidato e as diretrizes do programa de governo. No final do mês, será promovida a convenção, exigida pela legislação eleitoral. A campanha nas ruas só pode começar oficialmente em julho.