Ao contrário do que muitos pensam, a verdadeira batalha do impeachment não passa pelos os senadores Aécio (PSDB-MG), José Serra (PSDB-SP) e outros tucanos. Na verdade, o embate se dará entre a presidente Dilma Rousseff, alvo do processo, de um lado; e, de outro, o seu vice, Michel Temer, em parceria com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). As informações foram veiculadas nesta sexta-feira (4) no site do jornal Folha de S. Paulo, em artigo intitulado Dois contra uma, de autoria do colunista Bernardo Mello Franco.
Os dois peemedebistas, cada um ao seu estilo, atuaram em sintonia na última quarta-feira (2). Cunha, como seu jeito espetaculoso, leu o documento em que aceitou o pedido de impeachment de Dilma, assim que soube que os três deputados petistas da Comissão de Ética votariam a favor de sua cassação, por supostamente ter mentido ao Congresso ao negar que tivesse contas bancárias na Suíça.
Almoço indigesto
Por sua vez, o vice-presidente da República, Michel Temer, começou suas articulações poucas horas antes do antes do anúncio de Cunha. Senadores de oposição foram convidados para um almoço no Jaburu. Prato principal: a possibilidade de ele vir a ser o substituto de Dilma.
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Entre a presidente e Temer, o confronto tende a ser mais discreto, embora não menos tenso. Eles se reencontraram nesta quinta (3) e o mal-estar entre ambos ficou evidente nas versões desencontradas sobre o encontro. O ministro Jaques Wagner, da Casa Civil, afirmou que para Temer “não há lastro para impeachment”. Correligionários do vice garantem que ele não só não disse isso como também sugeriu a Dilma que evitasse o confronto pessoal com Cunha.
Após a constatação de que Temer sonha alto com a faixa verde-amarela, petistas começaram a chamar o Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente, como o “bunker da conspiração”. Cunha almoçou por lá, na última segunda-feira (30), dois dias antes de aceitar o pedido de impeachment contra Dilma. “”
O pedido de impeachment de Dilma Roussef foi impetrado pelos juristas Miguel Reale Júnior, Hélio Bicudo – um ex-petista histórico – e Janaina Paschoal. Acatada por Cunha, a ação será avaliada por uma comissão processante que poderá inclusive, a depender de decisão da Câmara, não desfrutar do recesso de final de ano, para agilizar os trabalhos.
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