Engana-se quem pensa que a política brasiliense adormece enquanto os estados brasileiros se movimentam com as eleições municipais. Seja em reuniões com aliados ou divulgando vídeos nas redes sociais, a verdade é que a classe política já respira ares eleitorais – ainda que falte dois anos para o pleito de 2018. Na capital, o grupo dos ex-governadores Joaquim Roriz e José Roberto Arruda, ao que tudo indica, voltará a se unir para disputar o Executivo local, assim como fizeram em 2014, quando o atual governador Rodrigo Rollemberg (PSB) derrotou Jofran Frejat no segundo turno.
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Na visão do grupo, a baixa aprovação do governo Rollemberg é uma grande oportunidade para a volta da direita brasiliense ao Palácio do Buriti, sede do GDF. A coalizão, formada por PMDB, PSDB, DEM, PP, PR e PSC, e que deve receber o apoio do PTB, teria também um tempo amplo de propaganda em televisão. O apoio do PP também está em negociação. Dentro do Partido Progressista, o ex-distrital Olair Francisco tem sido o mais incisivo nas articulações – também apostando em vídeos nas redes sociais.
O principal nome da oposição para ser cabeça de chapa até o momento é o do ex-vice-governador Tadeu Filipelli (PMDB), atualmente assessor do presidente Michel Temer no Palácio do Planalto. Juntamente com os deputados federais Alberto Fraga (DEM) e Izalci Lucas (PSDB), o peemedebista participa de reuniões periódicas para discutir os rumos políticos do grupo. Para chegar à população, Filipelli divulga vídeos em sua página no Facebook lembrando de obras que ajudou a realizar no DF. Já os federais engrossaram os discursos no Plenário da Câmara e têm tido mais espaços nas emissoras institucionais da Casa (rádio e TV Câmara).
Retorno à ribalta
No último final de semana, depois de muito tempo, Roriz voltou à cena. Por meio de um vídeo, divulgado na página de sua filha e deputada distrital Liliane Roriz (PTB) e apresentado em um evento em Samambaia (cidade a 30 Km do centro de Brasília, o cacique saudou os moradores da cidade, seu antigo reduto eleitoral.
Roriz lembrou da criação da cidade, em 1999, quando a região recebeu moradores de antigas invasões. Já Arruda continua acompanhando o tabuleiro político à distância. Porém, há a expectativa de que o ex-governador se torne mais atuante após a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de suspender o andamento de seus processos na Operação Caixa de Pandora.
Integra o grupo de Roriz e Arruda, ainda, o ex-deputado distrital Alírio, que assumirá a presidência do PTB local ainda nesta semana e foi o anfitrião da primeira reunião do grupo, no ano passado, em sua casa no Guará, bairro da região administrativa de Brasília. Também gravitam em torno desse núcleo político ex-vice-governador Paulo Octávio e o ex-candidato Jofran Frejat.
Justiça
A grande dificuldade do grupo político, porém, é com a justiça. Arruda e Paulo Octávio, por exemplo, apesar da vitória na última semana, respondem, respectivamente, a 12 e 11 processos na Justiça e estão inelegíveis, com base na Lei da Ficha Limpa. Situação semelhante à de Filipelli, declarado inelegível por oito anos pelo Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF).
Ele foi condenado, assim como o ex-governador Agnelo Queiroz, por uso de publicidade do GDF para se favorecer na disputa de 2014, quando ambos concorreram à reeleição na chapa encabeçada pelo petista. Eles recorreram e aguardam decisão.
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