A Secretaria do Tesouro Nacional informou nesta terça-feira (29) que as contas do governo federal registraram deficit primário de R$ 20,1 bilhões em julho. Trata-se do maior rombo entre receita e despesas para meses de julho em 21 anos, a considerar o início da série histórica, em 1997.
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O número negativo significa as despesas da gestão Michel Temer superaram em muito as receitas em julho, mesmo com reajuste de impostos e contribuições como a dos combustíveis, gerando o resultado negativo. Não estão incluídas nessa conta as despesas, para efeito do cálculo de deficit primário, com pagamento de juros da dívida.
Entre janeiro a julho, informa o Tesouro, as contas governamentais alcançaram deficit de R$ 76,27 bilhões, também é o pior resultado para o período nos últimos 21 anos. O mau desempenho das contas públicas, explica o órgão financeiro, é consequência da recessão econômica e se reflete na arrecadação, mais baixa do que tem sido previsto pela equipe econômica.
PublicidadeNas últimas semanas, prevendo a situação, o governo anunciou um pacote de restrições com vistas a diminuir o peso da máquina pública, com revisão da meta e fiscal e medidas de austeridade para o serviço público. Com dificuldades para cortar gastos e cumprir despesas obrigatórias, que consomem cerca de 90% do Orçamento Geral da União, outra alternativa anunciada por Temer foi um pacote de privatizações que atinge mais de 50 empresas e projetos estatais.
Balanço
No balanço entre receitas e despesas, segundo o Tesouro Nacional, as receitas totais tiveram recuo de 1,3% em termos reais, já contabilizado o abatimento da inflação, de janeiro a julho de 2017, para R$ 773 bilhões. Simultaneamente, as despesas tiveram recuo muito menor, de 0,2% em relação aos sete primeiros meses de 2016, totalizando R$ 713,55 bilhões.
O Tesouro Nacional informo ainda ter havido antecipação, em maio e junho deste ano, do pagamento de precatórios, algo comumente praticado no fim do ano-calendário. Assim, caso não tivesse sido antecipado esse ônus extra, avalia o governo, o rombo nas contas teria sido menor, de R$ 18,1 bilhões entre janeiro e julho.
Previdência em xeque
O Tesouro também expôs o mau resultado nos registros da Previdência Social, em cenário cada vez mais difícil para a reforma da Previdência pretendida pelo Planalto. Segundo os registros oficiais, o rombo previdenciário saltou de R$ 72,26 bilhões, nos primeiros sete meses do ano passado, para R$ 96,38 bilhões no mesmo período em 2017, o que equivale a aumento de 33,4%. A expectativa da equipe é que o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) exiba resultado negativo de R$ 185,7 bilhões em 2017.
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