Com o desembarque anunciado do PSDB, o governo decidiu endurecer o discurso e anunciou que não fará novas concessões na nova proposta da Previdência. De acordo com o Planalto, o novo texto apresentado, mais enxuto, gerará uma economia de R$ 88 bilhões em dez anos, com o sistema de aposentadoria dos servidores públicos da União.
No entanto, o governo precisa de 308 votos para aprovar a reforma. Apesar de ainda não ter o número de deputados que apoiam o texto, ontem (quarta-feira, 30), o ministro Eliseu Padilha, da Casa Civil, em recado direto ao PSDB, avisou que o governo não concordará com novas alterações no texto. Os tucanos apresentaram um documento contendo alterações em troca de votos favoráveis ao texto.
De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, os cálculos do governo apontam que as três mudanças sugeridas pelos tucanos, se atendidas, levariam a uma redução adicional de R$ 109 bilhões, em dez anos, na economia.
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“A versão atual já reduziu a R$ 480 bilhões o impacto fiscal da reforma da Previdência em uma década, 60% da proposta original. Acatar os pedidos do PSDB resumiria a economia a menos da metade do esperado inicialmente, algo inaceitável para a equipe econômica”, diz o jornal.
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Apesar de ter endurecido o discurso e afirmar que não aceitará modificações, o governo pretende negociar apoio com concessões em outros temas. Mesmo sem a aprovação da equipe econômica do governo, o parcelamento de débitos tributários (Refis) para pequenas e médias empresas está no pacote de troca, assim como o Refis para o setor rural. Medidas que já estão em análise no Congresso.
Para a reforma da Previdência, pesa contra Temer a pressão do chamado “centrão” na Câmara, conglomerado de bancadas que reúne mais de 200 deputados. O grupo exige que o peemedebista redistribua ministérios entre partidos mais fiéis que o PSDB – que, na votação das duas denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente, viu metade de seus membros optar pelo prosseguimento das investigações. O Centrão tem se rebelado contra Temer e prometido não apoiar a proposta enquanto o governo não ceder aos seus anseios.
Atualmente, três tucanos ocupam pastas no governo: os ministros Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo/articulação parlamentar), Aloysio Nunes (Relações Exteriores/Itamaraty) e Luislinda Valois (Direitos Humanos). Em meio ao aguçamento da crise interna da legenda, dividida entre os pró e os contra a parceria com Temer, Bruno Araújo comunicou ao presidente, por meio de carta de exoneração divulgada em 13 de novembro, sua saída do Ministério das Cidades.
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