O presidente Michel Temer (PMDB) pretende abrir os cofres e empenhar pelo menos R$ 30 bilhões das emendas parlamentares para barganhar a reforma da Previdência e consolidar a estratégia de montar uma ampla frente eleitoral com todos os partidos da base aliada. O governo, conforme informações do jornal O Estado de S. Paulo, avalia ter “um arsenal” maior do que o usado no último ano durante as votações importantes na Câmara, como as duas denúncias contra o presidente pelos crimes de corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa – barradas pelos congressistas.
Dos restos a pagar de emendas parlamentares (recurso que pode ser destinado por deputados federais e senadores a redutos eleitorais) do ano passado, além das novas emendas do Orçamento, são mais de R$ 20 bilhões. O Planalto também estima economizar outros R$ 10 bilhões caso a reforma seja aprovada, e que seriam usados em obras que podem render dividendos eleitorais aos aliados.
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O governo analisa ainda que, com a aprovação da reforma da Previdência, ficará mais fácil construir uma candidatura única de centro e, assim, assegurar a maior parcela de tempo no rádio e na TV e do fundo eleitoral. A avaliação de Temer e seus aliados, conforme revela a reportagem dos jornalistas Ricardo Galhardo e Thiago Faria, é a de que a aprovação da reforma deve gerar mais investimentos na economia e, com isso, sensação de melhora que pode resultar em votos.
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Em 2017, dos R$ 10,74 bilhões em emendas empenhadas, apenas R$ 2,27 bilhões foram pagos até dezembro. O restante é enquadrado como restos a pagar que o governo pode executar ao longo deste ano. “No Orçamento de 2018, há mais R$ 11,8 bilhões autorizados para deputados e senadores. O cálculo leva em conta tanto as emendas que foram apresentadas individualmente quanto as formuladas pelas bancadas estaduais”, diz o texto.
Outra estratégia do governo é convencer aliados a se utilizar do fundo eleitoral, que tem como administrador os presidentes e tesoureiros dos partidos – situação que deixa as legendas fortalecidas –, para punir com menos recursos os deputados rebeldes. Com essa aposta, Temer acredita que o fechamento de questão dos partidos aliados viabilizará a reforma da Previdência.
Publicidade<< Governo tem no máximo 220 votos para reforma da Previdência, estima aliado de Temer
Apesar das perspectivas governistas, alguns integrantes da base aliada, como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o primeiro vice-presidente da Casa, Fábio Ramalho (MDB-MG), praticamente já jogaram a toalha quanto à aprovação da reforma da Previdência. Nessa quarta-feira (17), Fábio Ramalho disse ao Congresso em Foco que o governo tem hoje, no máximo, 220 votos. A aprovação da proposta de emenda constitucional exige o apoio de pelo menos 308 deputados em dois turnos de votação. A primeira delas está marcada para logo depois do Carnaval, no dia 19 de fevereiro.
<< Governistas trabalham no recesso por apoio de indecisos à reforma da Previdência
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