O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho teve transferência para um presídio de segurança máxima autorizada no fim da tarde desta sexta-feira (24). O juiz Ralph Machado Mañaes Júnior, do Tribunal Regional Eleitoral da 98ª Zona Eleitoral do Rio de Janeiro, autorizou que Garotinho seja transferido imediatamente do presídio de Benfica para um presídio federal de segurança máxima. A decisão do juiz foi revelada pela GloboNews. Apesar de Vara de Execuções Penais (VEP) negar o pedido apresentado pelo Ministério Público estadual, a decisão era responsabilidade da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), que determinou a transferência para Bangu 8.
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Em sua decisão, o juiz afirma ter recebido informações que o ex-governador fluminense estava “causando transtornos” em Benfica e “teria se autolesionado”, ao contrário do que afirma Garotinho, que afirmou ter sido agredido na cadeia durante a noite. Ele afirmou que recebeu essas informações antes da queixa de Garotinho.
O ex-governador, preso desde quarta-feira (22), alegou na manhã de hoje (24) que teria sido agredido durante a noite dentro de sua cela na penitenciária de Benfica. O advogado do ex-governador disse que seu cliente relatou que uma pessoa invadiu a cela onde ele dormia e o agrediu com um porrete. O magistrado afirma em sua decisão que a versão é “totalmente duvidosa”. O governo do Rio afirma que o próprio Garotinho provocou as lesões.
Para o magistrado, o caso é “extremamente grave e merece a devida apuração, o que já está sendo realizado pelo juízo da Vara de Execuções Penais deste Estado”. O despacho do juiz autoriza a transferência para “garantir a integridade física do acusado e evitar novos questionamentos duvidosos”.
Agressão
A TV Globo teve acesso às imagens da câmera de segurança interna do presídio, que não registram invasão à cela de Anthony Garotinho no horário em que ele afirma ter sido agredido. As imagens mostram apenas Sérgio Cortes, ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro, que também está preso, indo ajudar o ex-governador.
O presidente do sindicato dos servidores do sistema penal do estado do Rio de Janeiro, Gutemberg de Oliveira, afirmou que o ex-governador estava “claramente dopado”. “As câmeras dizem mais que os servidores. Não existe a versão do Garotinho nas câmeras, ele teve um delírio. Ele está em uma galeria sozinho, numa cela sozinho. É impossível que alguém tenha entrado na galeria e feito o que ele falou”. Garotinho foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).
Um dia antes das alegações de Garotinho, a deputada federal e filha do ex-governador, Clarissa Garotinho (PR-RJ), usou sua página no Facebook para demonstrar preocupação com a integridade física do pai. “É uma irresponsabilidade muito grande o meu pai estar sob a guarda do Estado. É uma irresponsabilidade muito grande, diante de todas as denúncias que nós estamos fazendo, colocá-lo no mesmo presídio que a quadrilha do PMDB, porque é uma quadrilha que continua a comandar o estado de dentro do presídio. É uma quadrilha que tem informações privilegiadas e determina ordens de dentro do presídio”, afirmou ela no vídeo publicado.
VEP nega transferência, mas Seap autoriza
A transferência também tinha sido pedida pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), alegando que havia risco à integridade física do ex-governador, dado o “clima de tensão” entre Garotinho e o também ex-governador fluminense Sérgio Cabral. Os juízes Juliana Benevides de Barros Araujo e Guilherme Schilling Pollo Duarte, da Vara de Execuções Penais (VEP), negaram o pedido do MP. Na mesma decisão, entretanto, afirmam que a decisão é responsabilidade da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). A VEP só poderia intervir em caso de ilegalidade comprovada.
A Seap determinou que Garotinho seja encaminhado para o presídio de Bangu 8.
*Reportagem atualizada às 18h57 para acréscimo de informações.
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