Um dos fundadores do PMDB, o deputado Jarbas Vasconcelos (PE) foi há pouco à tribuna do plenário da Câmara, algo que não costuma fazer com frequência, e fez um duro discurso contra o senador e presidente nacional do partido, Romero Jucá (RR). Sem alterar a voz, Jarbas condenou a postura de Jucá à frente do partido e disse esperar o dia em que o verá “sair algemado” do Congresso.
“Se pudesse qualificar Romero em uma única palavra, deixo-a registrada nos anais da Câmara: é um crápula!”, bradou o peemedebista, recebendo aplausos de parte do plenário ao fim do discurso.
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“Não é a figura medíocre, desqualificada, mesquinha, torpe e desonrada desse senador Romero Jucá que vai nos amedrontar neste momento. Essa figura torpe, repito, oportunista e que se serviu de todos os governos que passaram pelo Palácio do Planalto não tem autoridade política, muito menos moral, para nos ameaçar”, disse ainda o deputado, falando em nome do diretório estadual do PMDB. “Tenho a esperança de ver, em breve, esse senador sair daqui algemado, por uma decisão soberana pela Justiça de nosso país”
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O pronunciamento de Jarbas foi feito no dia em que o PMDB decidiu em Brasília, em convenção nacional, resgatar a sigla original (Movimento Democrático Brasileiro, o velho MDB) em um anunciado “processo de reformulação” partidária. Hoje (terça, 19), a mudança na nomenclatura teve direito a benzedura do presidente Michel Temer, feita por um pai de santo, no evento do comando nacional.
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Na ocasião, Jucá disse que o PMDB alteraria seu estatuto para colocar em curso uma intervenção no diretório estadual do partido em Pernambuco, onde Jarbas exerce a função de 1ª vogal, posto de cúpula partidária. Ainda segundo o cacique peemedebista, o atual presidente estadual da legenda, Raul Henry, também vice-governador de Pernambuco, será substituído pelo senador Fernando Bezerra (PE), governista que trocou o PSB pelo PMDB em setembro.
Jarbas começou seu discurso dizendo que o PMDB “sempre respeitou suas lideranças” e os comandos estaduais e municipais. Em seguida, referiu-se ao anúncio feito por Jucá mais cedo. “Quem é Romero Jucá para ameaçar o PMDB de Pernambuco?” O deputado disse ainda que Fernando Bezerra respondeu com “deslealdade e traição” ao “gesto de boa vontade” do PMDB pernambucano em filiá-lo.
“Ladrão de almas e vidas”
Como este site mostrou em 23 de novembro, Jucá anunciou a expulsão da senadora Kátia Abreu (TO) do PMDB, devido a críticas da ex-ministra da Agricultura de Dilma Rousseff fez ao processo de impeachment que, em 31 de agosto de 2016, culminou na posse definitiva de Michel Temer, correligionário de Jucá, como presidente da República. Indignada, a parlamentar foi à tribuna chamar Jucá de “canalha, crápula e ladrão de vidas e almas alheias”.
Lembrando que Jucá mantém filiados nomes como o deputado cassado Eduardo Cunha e o ex-ministro de Temer Geddel Vieira Lima, ambos presos, Kátia disse que estava “expulsa de uma legenda cuja cúpula não reúne condições morais e virou o escárnio da Nação”. Acusada de violar o código de ética e fidelidade partidária dos peemedebistas, ela se referiu a Jucá como “ave de rapina da coisa pública”.
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