Dois dias após denúncia do Congresso em Foco, a filha do deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) foi exonerada do cargo de confiança que ocupava no Senado Federal. Apesar de ser contratada pela primeira-secretaria da Casa, Bruna Brasil Fraga dava expediente no gabinete do pai, na Câmara dos Deputados.
Por duas semanas a reportagem acompanhou a rotina no gabinete de Fraga. Em várias oportunidades a reportagem procurou Bruna no seu local oficial de trabalho no Senado, sem sucesso. Por outro lado, era encontrada diariamente no gabinete do pai, onde ia secretamente. Para não deixar rastros do seu drible na lei que proíbe o nepotismo, quando está trabalhando no gabinete do pai Bruna assume a personalidade de Andressa.
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No Senado, Bruna recebia mensalmente R$ 10 mil como assistente parlamentar júnior do gabinete do então primeiro-secretário da Casa, Vicentinho Alves (PR-TO). À época da denúncia, o chefe de Bruna no Senado afirmou que ela “eventualmente cuidava de demandas institucionais da Primeira-Secretaria junto a órgãos da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados”.
Além de Bruna, seu marido, João Ribeiro da Silva Neto também trabalhava no gabinete de Fraga – apesar de não ser contratado pela Câmara. Segundo a assessoria do parlamentar, João cuidava dos negócios pessoais do deputado, como a fazenda, e eventualmente ia à Câmara.