O ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Marques de Azevedo declarou, em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nessa segunda-feira (19), que o grupo pagou R$ 1 milhão em propina à chapa da ex-presidente Dilma Rousseff e do atual presidente Michel Temer na campanha presidencial de 2014. Segundo a Folha de S.Paulo, Otávio contou que a construtora doou R$ 30 milhões a candidaturas petistas naquele ano. Parte desse valor, de acordo com o empreiteiro, era propina referente a contratos da empreiteira com o governo federal. Entre eles, o que garantiu a participação da empresa na construção da Usina de Belo Monte, no Pará. Ele não detalhou qual percentual desse montante era fruto de corrupção.
O depoimento foi colhido em São Paulo pelo ministro Herman Benjamin, relator das ações do PSDB que pedem a cassação da chapa presidencial que venceu as eleições de 2014. O ministro também ouviu Flavio David Barra, outro ex-executivo da Andrade Gutierrez.
Otávio Marques Azevedo foi condenado ontem a 18 anos de prisão. Mas, por ter feito acordo de delação premiada, cumprirá um ano de prisão domiciliar. O caso se refere a irregularidades em contratos de obras da usina de Angra 3, da Eletronuclear.
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Em resposta à Folha, o advogado do PT, Flávio Caetano, afirmou que os depoimentos corroboram “a regularidade das doações feitas à campanha de Dilma e Temer”. “Ficou reconhecido a origem legal das doações, que provieram do mesmo caixa das doações feitas (pela Andrade Gutierrez) à campanha de Aécio Neves e Aloysio Nunes (que formavam a chapa adversária)”, disse Caetano.
O julgamento do processo contra a chapa Dilma e Temer só deve ocorrer no ano que vem. A eventual condenação da dupla forçará nova eleição, provavelmente indireta.
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