Em depoimento à Polícia Federal, o ex-assessor Job Ribeiro Brandão afirmou que usou dinheiro de origem não declarada de Geddel Vieira Lima em seis prédios de alto luxo em Salvador. As informações constam do relatório final da Polícia Federal anexado ao inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar a origem dos R$51 milhões apreendidos num apartamento usado por Geddel em Salvador.
O ex-assessor declarou que Marluce Vieira Lima, mãe do ex-ministro, e Patrícia, mulher do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), o orientaram a destruir provas sobre a movimentação financeira. Responsável pelo relatório, o delegado Marlon Cajado sugere, entre outros, o indiciamento de Marluce, Lúcio e Geddel por associação criminosa e lavagem de dinheiro.
As declarações de Job Brandão foram realizadas ao mencionar como destruiu provas importantes às investigações sobre o suposto envolvimento de Geddel com desvios de dinheiro da Caixa Econômica Federal e outros setores da administração pública. De acordo com ele, parte da movimentação do dinheiro em espécie da família do ex-ministro, encontrados em apartamento conhecido como bunker de R$ 51 milhões de Geddel, foram usados no La Vue e outros prédios.
O La Vue foi o pivô do escândalo que culminou com a saída de Geddel do cargo de ministro de Temer. O imóvel custa de R$ 2,6 milhões a R$ 4,7 milhões, segundo corretores de Salvador ouvidos pelo Congresso em Foco. O empreendimento, de 24 andares, incluindo uma cobertura duplex, tem 106 metros de altura e é erguido em uma das áreas mais nobres da capital baiana, na região da Barra.
No ano passado, após entregar o cargo de ministro, Marcelo Calero contou que foi pressionado pelo ministro Geddel Vieira Lima, na época da Secretaria de Governo, a intervir no Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan) para liberar a obra sob o argumento de que ele é proprietário de uma das unidades do edifício.
PublicidadeNo dia 8 de setembro, logo após a descoberta do bunker de R$ 51 milhões, a Polícia Federal prendeu o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), que já estava em prisão domiciliar desde 12 de julho.
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