O parlamentar garantiu que estará à disposição do colegiado a partir de 18 de outubro, cerca de 20 dias antes das eleições de outubro, cujo primeiro turno está marcado para o dia 7. Ainda não há data confirmada para o novo depoimento, mas vários parlamentares da comissão solicitaram que Leréia seja novamente chamado em outubro.
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Na condição de convidado, Leréia poderia se recusar comparecer ao colegiado, mas ele disse que responderá a todos os pedidos de esclarecimento por estar “tranquilo” em relação às suspeitas suscitadas a seu respeito. Ele é acusado de usar cartão de crédito de Cachoeira para compras diversas e de ter recebido dinheiro ilegal da organização criminosa capitaneada pelo contraventor.
O segundo convocado, André Teixeira Jorge, ex-funcionário da Delta, compareceu à CPI, mas apresentou um habeas corpus obtido junto ao Supremo Tribunal Federal que lhe garantiu o direito de permanecer calado. Jorge foi dispensado, logo em seguida, pelo presidente do colegiado, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). Antes, o parlamentar ofereceu a possibilidade de transformar a sessão em secreta, mas o ex-funcionário da construtora afirmou que não falaria mesmo assim.
A Delta é acusada de ter envolvimento com o esquema de corrupção montado por Cachoeira. Segundo investigações da Polícia Federal, Jorge atuava como laranja do grupo do contraventor. Para a PF, a evolução patrimonial e as movimentações financeiras de Jorge são incompatíveis com os rendimentos declarados por ele.
A dispensa dos convocados tem sido alvo de críticas de vários parlamentares, que gostariam de fazer as perguntas mesmo sem ter respostas. Para a deputada Íris de Araújo (PMDB-GO), as perguntas seriam úteis para provocar uma “reflexão da sociedade”. O deputado Rubens Bueno (PPS-PR) criticou o procedimento de dispensa dos convocados que se recusam a falar. Dessa maneira, afimou Rubens, a CPI se tornou “uma brincadeira”. “É isto que estamos vendo. Eu fico muito entristecido com procedimento […] Estamos vendo aqui que não há uma vontade maior de buscar [investigações]”, disse o deputado.
No final da reunião, Vital confirmou que se reunirá com os líderes partidários à tarde para definir sobre a realização de uma reunião administrativa para votar requerimentos. Deputados e senadores pressionam pela votação de pedidos de quebra de sigilos fiscais e bancários de empresas suspeitas de serem usadas no esquema do bicheiro.
Notícia-crime
O deputado Ônyx Lorenzoni (DEM-RS) aproveitou a reunião para comunicar que apresentará ainda hoje uma queixa-crime ao Ministério Público contra o ex-diretor do do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) Luiz Antônio Pagot. Na última reunião da CPI, Pagot admitiu que procurou diversas empresas para atuarem como doadoras na campanha de Dilma Rousseff à Presidência da República.
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Segundo Pagot, todos os repasses foram feitos de forma legal e nenhum deles teve qualquer relação com os atos administrativos da autarquia. “Pagot confessou que cometeu diversos crimes, como corrupção passiva, prevaricação e improbidade administrativa. Quem iria negar a ele tais pedidos? Ele dirigia uma autarquia que gasta bilhões por ano. Então, se valendo do cargo, ele foi buscar milhões. Ele mais que pediu, ele usou seu cargo para obter vantagens para outrém”, afirmou Lorenzoni.
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