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A ação contou com uma estrutura simples: uma foto de Bolsonaro – impressa em tamanho A3 colada na lateral de uma escada – e uma caixa de som que reproduzia em looping o discurso dele ao anunciar o voto “sim”, contra Dilma. Na ocasião, o deputado do PSC homenageou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pela condução dos trabalhos de votação e dedicou seu voto ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, chefe do Doi-Codi de São Paulo entre 1971 e 1974 – um dos mais sangrentos centros de tortura do regime militar brasileiro. Ustra é o primeiro agente da ditadura formalmente apontado como torturador pela Justiça brasileira.
No calor dos acontecimentos, por meio de sua página no Facebook, Jean Wyllys admitiu ter cuspido em Bolsonaro e explicou que foi insultado pelo parlamentar do PSC. “O deputado fascista viúva da ditadura me insultou, gritando ‘veado’, ‘queima-rosca’, ‘boiola’ e outras ofensas homofóbicas e tentou agarrar meu braço violentamente na saída”, contou. Jean Wyllys disse que não se envergonha do que fez e que não saiu do “armário” para ficar quieto ou com medo desse “canalha”. Segundo ele, Bolsonaro cospe o tempo todo na democracia e nos direitos humanos.
Já Bolsonaro, afirmou que Jean “perdeu a noção” e “precisa se submeter a um tratamento psicológico”. O parlamentar ainda divulgou um vídeo com a história de Carlos Brilhante e voltou a elogiar o ex-chefe do Doi-Codi. “Nunca me orgulhei tanto ao citá-lo no último domingo (17). O que está em jogo não é nossa vida, é a nossa liberdade”, escreveu.
Por ter homenageado Ustra em seu discurso, a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional do Rio de Janeiro, foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Corte Interamericana de Direitos Humanos, na Costa Rica, pedir a cassação do mandato de Bolsonaro. A OAB-RJ aponta, entre outras questões, incitação ao crime de tortura.
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