Um vídeo gravado no Palácio Iguaçu mostra integrantes do governo paranaense comemorando a ofensiva da Polícia Militar (PM) contra professores durante protesto realizado ontem (29) em Curitiba. Os confrontos terminaram com mais de 200 manifestantes e policiais feridos. Na gravação, pelo menos três vozes apoiam a conduta policial. “Aêee”, “é isso aí” e “acabou a bagunça” foram algumas das expressões utilizadas enquanto os policiais avançavam sobre os manifestantes com bombas de gás, balas de borracha e jatos de água. Ao final, a equipe aplaudiu o trabalho da PM.
O vídeo foi publicado pelo blogueiro Esmael Morais, que atribui uma das vozes ao governador. Procurada, a assessoria de Richa negou que ele tenha participado da comemoração e informou que ele não estava no palácio no momento da confusão. Segundo o gabinete, as cenas foram registradas do quarto andar do Piratini, onde funciona a Casa Civil. O governo paranaense disse que o tucano repudia os comentários do vídeo e que abriu uma sindicância para apurar os responsáveis pela gravação.
Veja o vídeo:
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Casa Civil
Já a Casa Civil informou que, pelo ângulo das imagens, o vídeo foi gravado na recepção do órgão, local onde o trânsito de pessoas é livre. “Ontem havia muitas pessoas dentro do palácio, o autor do vídeo não é necessariamente algum servidor do estado”, diz a Casa Civil.
PublicidadeOs manifestantes protestavam contra o projeto de lei que altera o custeio do Regime Próprio da Previdência Social. O texto foi aprovado nessa quarta, em segundo turno, pela Assembleia Legislativa.
De acordo com a Prefeitura de Curitiba, 213 pessoas ficaram feridas pelas bombas e balas de borracha. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, 20 policiais se machucaram durante o confronto.
Os professores estão em greve desde sábado (25). A sessão foi realizada na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Os deputados aprovaram projeto de Richa que permite ao governo do estado dividir o custo das aposentadorias dos funcionários públicos com os próprios servidores. O Fundo Previdenciário é composto tanto por recursos do Executivo quanto do funcionalismo. A proposta, de autoria do governador, precisa ser sancionada por ele.
Em nota divulgada ontem, o governo do Paraná atribuiu a ação da polícia ao “radicalismo” e à “irracionalidade” de “pessoas mascaradas e armadas com pedras, bombas de artifício, paus e barras de ferro”, identificadas como “black-blocs”.
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