A economia brasileira voltou a registrar crescimento pela primeira vez após dois anos de sucessivas retrações. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) teve alta de 1% no primeiro trimestre em comparação com os últimos três meses de 2016 e fechou em R$ 1,6 trilhão, em valores correntes. A economia do país não registrava resultado positivo desde o quarto trimestre de 2014, quando houve leve alta de 0,2%.
Os indicadores, porém, ainda são preocupantes: no acumulado nos últimos 12 meses, a queda é de 2,3%. Na comparação com o primeiro trimestre de 2016, o recuo é de 0,4%.
A melhora nos últimos três meses foi atribuída pelo IBGE à agropecuária, que teve seu desempenho impulsionado pela safra recorde de soja, com crescimento de 13,4%. Foi a maior alta do setor desde o quatro trimestre de 1996. A agricultura havia recuado 0,2% no último trimestre do ano passado.
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“Acabou a recessão! Isso é resultado das medidas que estamos tomando. O Brasil voltou a crescer. E com as reformas vai crescer mais ainda”, escreveu o presidente Michel Temer no Twitter. O cenário para ele, no entanto, é de incertezas. Na semana que vem o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) volta a analisar a ação que pode tirá-lo da Presidência. A Procuradoria-Geral da República examina se oferece denúncia contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF) com base na delação e nas gravações do empresário Joesley Batista. No Congresso, o presidente enfrenta quase duas dezenas de pedido de impeachment e pressão de parlamentares para renunciar ao cargo.
Veja a nota do IBGE sobre o assunto:
“No primeiro trimestre de 2017, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,0% em relação ao quarto trimestre de 2016, na série com ajuste sazonal. Esta foi a primeira alta nessa comparação, após oito trimestres consecutivos de queda. Na comparação com igual período de 2016, o PIB recuou 0,4%. No acumulado dos quatro trimestres terminados no primeiro trimestre de 2017, o PIB teve queda de 2,3% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores.
Em valores correntes, o PIB no primeiro trimestre de março de 2017 totalizou R$ 1,6 trilhão. A taxa de investimento no primeiro trimestre de 2017 foi de 15,6% do PIB, abaixo da observada no mesmo período do ano anterior (16,8%). A taxa de poupança foi de 15,7%, ante 13,9% no mesmo período de 2016. A publicação completa da pesquisa pode ser acessada aqui.
TABELA I.1 – Principais resultados do PIB a preços de mercado do 1º Trimestre de 2016 ao 1º Trimestre de 2017
Taxas (%) | 2016.I | 2016.II | 2016.III | 2016.IV | 2017.I |
---|---|---|---|---|---|
Acumulado ao longo do ano / mesmo período do ano anterior < Anexo: Tabela 3 > |
-5,4 | -4,5 | -4,0 | -3,6 | -0,4 |
Últimos quatro trimestres / quatro trimestres imediatamente anteriores < Anexo: Tabela 4 > |
-4,7 | -4,8 | -4,4 | -3,6 | -2,3 |
Trimestre / mesmo trimestre do ano anterior < Anexo: Tabela 2 > |
-5,4 | -3,6 | -2,9 | -2,5 | -0,4 |
Trimestre / trimestre imediatamente anterior (com ajuste sazonal) < Anexo: Tabela 7 > |
-1,0 | -0,3 | -0,6 | -0,5 | 1,0 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais
O PIB apresentou crescimento de 1,0% na comparação do primeiro trimestre de 2017 contra o quarto trimestre de 2016, levando-se em consideração a série com ajuste sazonal.
A Agropecuária teve expansão de 13,4%, a Indústria cresceu 0,9% e os Serviços (0,0%) apresentaram estabilidade.
PIB cai 0,4% em relação ao primeiro trimestre de 2016
Quando comparado a igual período do ano anterior, o PIB caiu 0,4% no primeiro trimestre de 2017, o décimo segundo resultado negativo consecutivo nesta base de comparação. O Valor Adicionado a preços básicos teve variação negativa de 0,3% e os Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios recuaram em 0,8%.
Dentre as atividades que contribuem para a geração do Valor Adicionado, a Agropecuária cresceu 15,2% em relação a igual período do ano anterior. A Indústria sofreu queda de 1,1%. O valor adicionado de Serviços caiu 1,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Pelo oitavo trimestre seguido, todos os componentes da demanda interna apresentaram resultado negativo na comparação com igual período do ano anterior. No primeiro trimestre de 2017, a Despesa de Consumo das Famílias caiu 1,9%.
Esse resultado pode ser explicado pelo comportamento dos indicadores de crédito e mercado de trabalho ao longo do período. A Formação Bruta de Capital Fixo sofreu contração de 3,7% no primeiro trimestre de 2017, a décima segunda consecutiva.
No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços apresentaram crescimento de 1,9%, enquanto que as Importações de Bens e Serviços se expandiram em 9,8% no primeiro trimestre de 2017.
PIB acumula queda de 2,3% nos quatro últimos trimestres
O PIB acumulado nos quatro trimestres terminados em março de 2017 recuou 2,3% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. Esta taxa resultou da contração de 2,1% do Valor Adicionado a preços básicos e do recuo de 4,1% nos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios.
O resultado do Valor Adicionado neste tipo de comparação decorreu dos seguintes desempenhos: Agropecuária (0,3%), Indústria (-2,4%) e Serviços (-2,3%).
PIB chega a R$ 1,6 trilhão no primeiro trimestre de 2017
O Produto Interno Bruto no primeiro trimestre de 2017 totalizou R$ 1,595 trilhão, sendo
R$ 1,381 trilhão referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 213,6 bilhões aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
A Agropecuária registrou R$ 93,4 bilhões, a Indústria R$ 291,1 bilhões e os Serviços R$ 996,4 bilhões.
Entre os componentes da despesa, a Despesa de Consumo das Famílias totalizou R$ 1,004 trilhão, a Despesa de Consumo do Governo R$ 307,6 bilhões e a Formação Bruta de Capital Fixo R$ 248,6 bilhões.
A taxa de investimento no primeiro trimestre de 2017 foi de 15,6% do PIB, abaixo do observado no mesmo período do ano anterior (16,8%), enquanto a taxa de poupança foi de 15,7%, ante 13,9% no mesmo período de 2016.
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