A decisão também leva em conta que medidas impopulares estão em curso para a reorganização das contas públicas, conforme já anunciou a equipe econômica liderada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Tais medidas têm de ser aprovadas pelo Congresso e, na visão do governo, a permanência de Dilma no Brasil seria aconselhável como forma de tentar evitar turbulência entre os parlamentares. Assim, o Brasil colocará em xeque a tarefa de, ao menos por meio da figura de sua chefe de Estado, recuperar em Davos a credibilidade econômica e impedir a perda de grau de investimento aferido por agências de classificação de risco.
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Além disso, informa a Agência Estado, janeiro é um mês de agenda cheia para Dilma: posse do presidente reeleito da Bolívia, Evo Morales (no próximo dia 22) e 3ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, em São José, Costa Rica (entre os dias 28 e 29), viagens separadas pela primeira reunião ministerial do segundo mandato, marcada para o próximo dia 27. Os três compromissos estão confirmados.
Tais compromissos acumulados em um único mês, em meio às movimentações em torno dos comandos de Câmara e Senado, avaliam auxiliares de Dilma, poderiam tirar do Planalto o foco necessário sobre a base aliada em um momento-chave – em que pese um cenário com o PMDB, principal aliado do governo, tentando manter as Presidências das duas Casas, deixando o PT fora do páreo. Assim, a presidenta decidiu manter apenas as viagens pela América Latina, de forma a prestigiar eventos importantes na Bolívia e na Costa Rica sem se afastar muito do país, o que aconteceria caso fosse à Suíça.
“Querem me colocar para viajar”, reclamou Dilma, informa a Agência Estado, considerando que o momento é de mais preocupação com política do que com economia. A montagem do segundo escalão do governo e a substituição de ministros já empossados são demonstração disso, diz o veículo paulista, que lembra ainda a reunião que Dilma terá com os presidentes do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e do Banco do Brasil, respectivamente Luciano Coutinho e Aldemir Bendine. Em pauta, a ser discutida no Planalto na próxima quarta-feira (14), a sucessão no comando dessas duas instituições.
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