A maior parte das manifestações ficou concentrada em Brasília, capital federal. Na Esplanada dos Ministérios, onde ocorreu o desfile de 7 de setembro, Dilma ouviu vaias e gritos de “fora Dilma”. Já nas proximidades do Museu da República, em torno de mil manifestantes contrários ao governo federal, segundo a Polícia Militar (PM), ergueram uma boneca inflável de 13 metros chamada “Pixuleca” em alusão a presidente. A ideia seria levá-la até o Congresso Nacional, mas a alegoria murchou instantes após ser montada. Ela foi colocada ao lado de um boneco do ex-presidente Lula vestido de presidiário, apelidado de “Pixuleco”.
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A alegoria mostrava a presidente com nariz comprido como o do personagem infantil Pinóquio (cujo nariz crescia a cada mentira contada por ele), com manchas de lama e uma faixa presidencial rasgada. Os dois bonecos estavam em um cercado para evitar “atentados”, segundo os manifestantes. O “Pixuleco”, por exemplo, foi furado em suas aparições em Brasília, nos protestos de 16 de agosto, e em São Paulo, no início da semana.
Os grupos contrários à presidente Dilma também confeccionaram aproximadamente 600 réplicas em miniatura do “Pixuleco”. Cada uma foi vendida pelo preço de R$ 10. O “Pixuleco” ficou famoso durante sua primeira aparição nos protestos contra o governo federal realizados em 16 de agosto. Desde então, virou uma espécie de símbolo das manifestações.Em São Paulo, manifestantes ergueram faixas e cartazes, nas arquibancadas do Sambódromo, onde foi realizado o desfile cívico-militar. Os cartazes tinham mensagens como “Fora PT” e “Intervenção Militar Já”.
Pró-governo
Além deles, em torno de 200 manifestantes ligados ao governo federal, conforme informações da Polícia Militar (PM), também realizaram manifestações, mas de apoio a presidente Dilma. A mobilização também ocorreu na Esplanada dos Ministérios.
O grupo a favor da presidente Dilma se reuniu em frente à Catedral de Brasília, com bandeiras do PT, do Brasil e com faixas de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Eles também ergueram faixas usadas na campanha presidencial de Dilma do ano passado e outras, nas quais estavam escritas frases como “+ direitos, + democracia”.
“A pátria tem que ter a governabilidade em primeiro lugar, mesmo que haja divergência em alguns pontos”, destacou Fred Vasconcelos, da Central de Movimentos Populares, uma das entidades responsáveis pela organização do protesto.
Além deles, representantes do Grito dos Excluídos, grupo que tradicionalmente faz manifestação no Dia da Independência, também defenderam o governo federal, mas também reivindicaram reformas estruturais, como a urbana, a agrária e a política. “Temos um leque amplo de reivindicações. Defendemos a democracia e somos contra a intervenção militar. Somos cerca de 40 organizações, que reúnem aqueles que precisam ser ouvidos”, disse o coordenador do Grito dos Excluídos, Fábio Miranda.Mais cedo, um grupo de manifestantes incendiou uma barreira de pneus e papelão ao lado da Rodoviária do Plano Piloto, também em Brasília. Os manifestantes eram do Movimento Resistência Popular e pediam moradia. “Estamos acampados no Setor Bancário Norte, em frente à Secretaria de Fazenda do Distrito Federal, há 65 dias. Enquanto as casas não saem, há uma lei que garante auxílio-aluguel de até um ano. O governo tem que garantir esse auxílio”, afirmou Edson Silva, líder do movimento, referindo-se ao governo do Distrito Federal. Ao todo, 80 pessoas participaram da mobilização.
Desfiles
Apesar dos protestos, os desfiles cívico-militares ocorreram com tranquilidade em todo o Brasil. O único incidente ocorreu em Brasília onde as comemorações pelo 7 de setembro terminaram com atos de vandalismo.
Para proteger as autoridades que estavam no desfile, a organização ergueu, pela primeira vez, um muro de aço na Esplanada dos Ministérios, onde aconteceu o evento. O acesso às arquibancadas foi limitado e houve fila para conseguir acesso ao desfile, já que as pessoas precisaram ser revistadas. A mudança revoltou parte do público, que acordou cedo para assistir ao evento. A novidade foi classificada por opositores do governo como “Muro da Vergonha”.No final do desfile, manifestantes picharam o muro de aço com frases como “fora Dilma”, “impeachment já” ou “intervenção militar já”. Houve também quem desenhasse no muro o boneco inflável “Pixuleco”, uma caricatura do ex-presidente Lula vestido de presidiário. O “Pixuleco” se tornou um símbolo dos protestos contrários ao governo federal.
Depois disso, o muro também foi chutado e derrubado por manifestantes. A Polícia Militar interveio e conseguiu dispersar rapidamente os insatisfeitos. Até o fechamento desta matéria, ninguém havia sido preso.
Esquadrilha
O desfile em Brasília atraiu 25 mil pessoas. O desfile foi aberto pela presidenta Dilma que chegou no Rolls Royce presidencial aberto, acenando para o público.
Ao longo da manhã, bandas musicais escolares, tropas da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, veículos blindados, grupamentos motorizados e da cavalaria percorreram a Esplanada dos Ministérios. Também desfilou a pirâmide humana da Polícia Militar do Distrito Federal, com 30 homens. No encerramento, os aviões da Esquadrilha da Fumaça fizeram manobras e escreveram no céu “Somos todos Brasil”. Todo o desfile durou cerca de 1h40.Com informações da Agência Brasil
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