Um bate-boca entre parlamentares marcou, nesta quarta-feira (5), o início dos trabalhos da CPI da Câmara que investiga esquema de corrupção na Petrobras. O presidente da comissão, Hugo Motta (PMDB-PB), e os deputados Ivan Valente (Psol-SP) e Edmilson Rodrigues (Psol-PA) protagonizaram uma áspera discussão. Os parlamentares do Psol chamaram Hugo Motta, de 25 anos, de “moleque”.
Apesar de o relator, Luiz Sérgio (PT-RJ), ainda não ter apresentado seu plano de trabalho aos membros da comissão, a decisão do presidente de criar quatro sub-relatorias provocou divergências entre os demais parlamentares. Motta desconsiderou vários pedidos de colegas para que houvesse uma votação relacionada à instituição, ou não, das sub-relatorias ao afirmar que o regimento interno não o obrigava a colocar esse tema em votação.
Houve protestos. “Você é um moleque”, gritou Edmilson. O peemedebista reagiu. “Darei a palavra e quero aqui deixar bem claro. Aqui não se admite o desrespeito. Quem manda aqui é o presidente, respeitando o regimento. Eu não aceito desrespeito. Vossa Excelência me respeite”, disse Motta. “Cabelo branco não é sinônimo de respeito”, provocou o parlamentar paraibano, em referência aos cabelos grisalhos de seus colegas.
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Edmilson e Ivan continuaram a chamar Hugo Motta de “moleque”. O peemedebista tentou se impor: “Não serei aqui nenhum fantoche para me submeter a qualquer tipo de pressão. Eu não tenho medo de grito e, da terra de onde venho, ninguém ganha no grito”, esbravejou.
Depois da briga, alguns parlamentares tentaram acalmar os ânimos e outros até brincaram com a situação. “Cadê o Popó? Ainda bem que não está. Pelo menos o cenário será mais calmo”, brincou o deputado Weverton Rocha (PDT-MA) fazendo referência ao ex-pugilista Acelino Popó Freitas (PRB-BA), que exerceu mandato na Câmara na legislatura passada.
Antes da confusão, a CPI elegeu os três vice-presidentes: o Antônio Imbassahy (PSDB-BA), Felix Mendonça Junior (PDT-BA) e Kaio Maniçoba (PHS-PE). As sub-relatorias, que resultaram na confusão entre os parlamentares ficarão com os deputados Bruno Covas (PSDB-SP), Arnaldo Faria de Sá (PP-SP), André Moura (PSC-SE) e Altineu Côrtes (PR-RJ).
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