Na antevéspera do dia em que será julgado por seus pares em votação secreta no Plenário, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) subiu à tribuna pela sexta vez nesta segunda-feira (9). O parlamentar afirmou que, caso a maioria dos senadores vote pela cassação do seu mandato, na próxima quarta-feira (10), essa “será a maior injustiça da história do Parlamento brasileiro”. A votação do requerimento que pede sua expulsão do parlamento acontecerá a partir das 10h.
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“Será injusto porque não há provas. Os indícios apresentados foram colhidos ilegalmente, depois vazados de forma criminosa. […] E a verdade é que não quebrei o decoro parlamentar, não cometi ilegalidades, não menti em discurso no Plenário do Senado, não percebi vantagem indevida, não pratiquei irregularidades, não me envolvi em qualquer crime ou contravenção, não conhecia as atividades de Carlnhos Cachoeira investigadas pela Operação Monte Carlo”, garantiu o senador da tribuna.
Demóstenes voltou a insistir que o relatório aprovado pelo Conselho de Ética da Casa e referendado pela Comissão de Constituição e Justiça deveria ter sido arquivado e que o caso só foi adiante porque houve pressão da mídia. “Insisto em que a representação ao Conselho de Ética está completamente desprovida dos elementos mínimos que ensejariam uma investigação e seria arquivada de pleno, não fosse a pressão do noticiário”.
A sessão que definirá o futuro político de Demóstenes será aberta, mas com votação secreta. O senador terá 20 minutos para subir ao púlpito e fazer a derradeira defesa das acusações de envolvimento com o contraventor Carlinhos Cachoeira, preso desde fevereiro. Demóstenes terá a difícil tarefa de convencer seus pares de que não mentiu ao negar envolvimento, em discurso proferido no mesmo plenário em 6 de março, com a quadrilha de Cachoeira, seu amigo de anos. Essa é apenas uma das quebras de decoro cometidas pelo senador goiano, segundo os membros do conselho.
PublicidadeCaso seja cassado, Demóstenes terá seus direitos políticos suspensos por oito anos a contar do fim do seu mandato parlamentar, que se encerraria em 2019. Dessa forma, ele só poderia voltar a disputar eleições a partir de 2027, quando terá 66 anos. Se perder o mandato, Demóstenes também perderá o foro privilegiado e não será mais julgado pelo Supremo Tribunal Federal.
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