Reportagem – é o aprofundamento de uma notícia ou o mergulho em um fato importante, mesmo que não seja recente, em busca de revelações exclusivas. A reportagem, na acepção aqui utilizada, está no universo do “jornalismo investigativo”, que remete ao esforço para tornar públicos fatos relevantes que autoridades ou pessoas poderosas gostariam de manter ocultos. Uma boa reportagem requer pesquisas intensas, entrevistas com grande diversidade de fontes, reiteradas checagens e cuidado especial na apresentação do conteúdo final, que pode trazer complementos como vídeos, infográficos, mapas e painéis de visualização de dados. Também deve trazer – ou, no mínimo, tentar obter – as explicações de quem pode ter sua imagem arranhada pela sua publicação.
Se o julgamento não se encerrar logo, será adiado em uma semana com a viagem de Joaquim Barbosa à Alemanha
A demora na fixação das penas dos 25 réus condenados no mensalão já preocupa os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Inicialmente, a expectativa era que a dosimetria ocupasse três sessões. Porém, já existe a previsão de que possa levar o dobro. No primeiro dia, nesta terça-feira (23), foram analisadas apenas três acusações contra o empresário Marcos Valério, dono das agências de publicidade DNA Propaganda e SMP&B.
Na semana passada, o relator do mensalão, Joaquim Barbosa, estimou o prazo para a realização da dosimetria. Por isso, pediu a realização de uma sessão extra para poder concluir a fixação das penas ainda nesta semana. Além de tentar finalizar o julgamento antes do segundo turno das eleições municipais, ele tem viagem marcada para a Alemanha em 29 de outubro. E fica fora do país por uma semana para tratamento médico.
Caso não consigam terminar na quinta (25), o julgamento do mensalão ficará suspenso por uma semana com a viagem de Joaquim para a Alemanha. Como ele é relator, não é possível continuar a análise das penas sem ele. As sessões para julgar o mensalão só continuariam, em tese, a partir de 5 de novembro.
Na sessão de hoje, com a demora na análise das condenações de Marcos Valério, ele desabafou. “Nós não vamos avançar desse jeito”, afirmou. Para o relator, a ideia era sugerir as penas dos réus com base no núcleo em que cada um participava. No entanto, o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, mudou de ideia. Ele colocou que os ministros deveriam votar cada condenação separadamente. No final, viria a análise se os crimes ocorreram de forma continuada ou se houve concurso formal.
Ao externar a sua preocupação, Joaquim deixou claro que não gostou da modificação. Ele acredita que, se prevalecesse a sua metodologia, analisando separadamente cada um dos três núcleos – político, publicitário e financeiro – a dosimetria se encerraria até quinta-feira. A assessores, depois da sessão, Joaquim disse esperar que a reunião plenária desta quarta-feira (24) seja mais rápida. No entanto, voltou a criticar a votação caso a caso. Além disso, a sessão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de hoje, iniciada às 19h, encurtou a discussão.
Outros ministros da corte, ouvidos reservadamente, acreditam que existe uma “certa dispersão” na análise das penas. Outra questão a ser melhorada é o método para decidir as penas. Da Constituição de 1988 até a Ação Penal 470 começar, o STF condenou seis parlamentares. Destes, dois tiveram as penas prescritas. Os outros quatro receberam punições variadas. Nenhum foi para a cadeia até hoje nem perdeu o mandato por decisão da Câmara.
Neste período, analisam ministros, a corte não conseguiu elaborar um método para decidir as penas de forma mais rápida. Durante a sessão de hoje, uma das discussões foi se quem tinha se posicionado pela absolvição tinha direito a sugerir penas. Foi pelo menos 30 minutos debatendo a questão, até que o decano do STF, Celso de Mello, trouxe exemplos de outras duas ações penais. Em ambas, os derrotados ficaram de fora da dosimetria.
Mario Coelho* Formado em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2004, começou a carreira no jornal O Estado (SC), onde foi repórter e editor. Em Brasília desde 2005, trabalhou na sucursal do jornal Hoje em Dia (MG) e no Correio Braziliense. Está no Congresso em Foco desde 2008.
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