Contando com a absolvição no julgamento que deve terminar nesta sexta-feira (9) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente Michel Temer, ministros mais próximos e líderes governistas no Congresso traçaram uma ofensiva política no Congresso para tentar retomar o ritmo de tramitação das reformas. No Senado, o líder Romero Jucá (PMDB-RR) pretende antecipar a aprovação da reforma trabalhista com pedido de urgência de votação do projeto em plenário.
O próprio Temer prometeu a vários líderes de bancadas editar medida provisória com mudanças legais nas áreas da construção civil para tentar destravar contratos, liberar novos empreendimentos e gerar empregos. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu em conjunto com o Palácio do Planalto pautar e tentar aprovar no início de agosto a polêmica reforma da Previdência.
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As iniciativas agradam a deputados da base de apoio parlamentar do governo. Principalmente do próprio PMDB e dos partidos médios do antigo “centrão”, grupo que gravitava em torno do ex-deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), formado por 12 partidos médios e por PTB, PSD, PP, PRB, PSC e PP. As mesmas bancadas que decidirão se o presidente deve ou não ser processado caso Temer seja denunciado por corrupção, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça com base nas delações da JBS.
O ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), conclui no início desta manhã a leitura de seu voto pela cassação da chapa Dilma/Temer. Mas, pelas sinalizações dadas pelo colegiado até a sessão de ontem à noite, os aliados do presidente já preveem vitória por quatro a três. O relator está convencido de que houve crime de abuso do poder político e econômico por parte da campanha vitoriosa na eleição de 2014.
Para se livrar do processo no STF o presidente precisa de 172 votos de deputados. “Era esperado que superássemos essa fase no TSE. Na próxima semana vamos reforçar o trabalho para retomarmos o ritmo de votações das reformas”, disse o deputado Darcício Perondi (PMDB-RS), vice-líder do governo na Câmara e amigo do presidente Temer.
Minirreforma
PublicidadePara tentar mostrar alguma base de apoio no Congresso, os líderes governistas já estão dispostos a ceder e aprovar uma minirreforma da Previdência, com a manutenção na emenda apenas de artigos essenciais que a não desfigurem, como a idade mínima de 65 anos para homens e 60 para mulheres. Com isso, atrai dissidentes de bancadas como o Solidariedade, o PTB e o PSC.
O presidente já conseguiu a fidelidade do Democratas. O partido está de olho na presidência da República caso Temer seja cassado ou renuncie e aposta na eventual eleição indireta de Rodrigo Maia. De outro aliado, o PSDB, Temer depende de uma reunião na segunda-feira da Executiva tucana, ampliada com governadores, prefeitos de capitais e parlamentares, que vai decidir se fica ou sai do governo Temer, entrega ministérios importantes e mantém apoio apenas às reformas da Previdência e trabalhista.
Depois de ameaçar puxar o PSDB para o cadafalso político, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), acertou com a oposição que o texto com a reforma trabalhista será lido nas comissões de Assuntos Sociais na próxima terça-feira (13) e votado no colegiado uma semana depois, dia 20. Em seguida, a Comissão de Constituição e Justiça deve apreciar e votar o texto.
Jucá promete votar o projeto em plenário no dia 28 de junho. O governo organizou uma força-tarefa para impedir modificações no texto no Senado para evitar que a proposta volte para a Câmara, como quer a oposição, e seja logo enviado para uma rápida sanção presidencial ainda antes do recesso parlamentar do meio do ano. É tudo que as bancada tucana no Congresso quer.
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