Coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol rebateu o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que acusou o Judiciário de “desorganizar” o país com suas intervenções na política.
“O Judiciário está desorganizando velhas práticas fisiológicas e corruptas de elites oligárquicas que controlam o poder no país, inclusive manipulando eleições pelo emprego abusivo do poder econômico – via propinas ou fundos bilionários usados em campanhas”, escreveu o procurador em sua conta no Twitter.
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A crítica de Maia, em Washington, nos Estados Unidos, foi em alusão à decisão da Justiça de barrar a posse da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) no Ministério do Trabalho. Segundo ele, um juiz de primeira instância não pode contestar o poder de um presidente da República.
“Acho que isso está desorganizando o Brasil. Esse protagonismo excessivo do Judiciário não é bom para o Brasil. Daqui a pouco, a sociedade vai achar que o Judiciário pode tudo e vai cobrar deles melhoria na educação, na saúde”, criticou o presidente da Câmara. “
“No caso da nomeação da ministra, estão bloqueando uma decisão do presidente da República. Independente do que as pessoas acham, se deveria ou não nomear a Cristiane, é um absurdo que a Justiça interfira nisso”, ressaltou.
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Derrotas na Justiça
Cristiane Brasil sofreu mais uma derrota na Justiça nessa quarta-feira (17). O juiz federal Vladimir Vitovsky, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), negou novo recurso contra liminar que impediu a posse e nomeação da deputada no Ministério do Trabalho.
Esse foi o segundo recurso protocolado pela congressista para reverter a decisão. A defesa de Cristiane repetia o questionamento da Advocacia-Geral da União (AGU), que tentou, por meio dos chamados embargos de declaração, questionar a competência do juízo da 4ª Vara Federal de Niterói para analisar o caso.
Para a AGU e também a defesa da parlamentar, a 1ª Vara Federal de Teresópolis, que indeferiu liminar em ação de mesmo pedido, deveria analisar os autos. O recurso foi o terceiro protocolado pelo governo a ser recusado. Na ação da AGU, negada na última segunda-feira (15), o magistrado já havia decidido concentrar todos os processos envolvendo Cristiane Brasil na Justiça de Niterói.
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