Na noite desta quinta-feira (31), personalidades de diferentes setores e entidades se reúnem para discutir, em Brasília, a atual situação do sistema de saúde pública na capital federal. Trata-se da primeira Oficina de Saúde do Distrito Federal, cujo tema será “Atendimento precário, judicialização e perspectivas”. O evento terá início às 18h30, no Espaço Multiplicidade de Coworking, na 702/3 Norte, Bloco G. A participação é aberta ao público.
Um dos ganchos para o debate está retratado em reportagem publicada pelo Correio Braziliense nesta semana sobre a qualidade – ou a falta de – dos atendimentos das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) no DF, depois de percorrer 220 km para traçar o panorama das seis unidades postas à disposição da sociedade. As unidades deveriam fazer 6,7 mil atendimentos mensais, segundo regulamentação do Ministério da Saúde. Contudo, a média é de 3,7 mil, de acordo com cálculo da Secretaria de Saúde do Distrito Federal – defasagem de 45% em relação à recomendação.
De acordo com o presidente do Conselho de Saúde do Distrito Federal (CSDF), Helvécio da Silva, a situação da rede pública no DF, hoje, é “criminosa”. O órgão decidiu acionar o Ministério Público Federal por meio de representação que solicita a adoção de “medidas necessárias para restituição da ordem”. “O governo não está tomando as medidas necessárias para garantir a vida da população”, acusa Helvécio.
“Diversas resoluções do Conselho de Saúde que foram aprovadas nos últimos anos não estão sendo colocadas em prática. Isso não pode continuar. Precisa haver uma responsabilização e uma tomada de decisão para a melhoria dos serviços”, acrescenta o dirigente.
Diante desse cenário, convidados que conhecem a realidade da saúde na capital federal vão debater a estrutura do sistema, com reflexão sobre a demanda recebida e demais problemas. Por fim, uma segunda plenária discute as abordagens propostas anteriormente.
Foram convidados para o debate o promotor de Justiça de Defesa da Saúde do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Jairo Bisol; o defensor público no Núcleo da Saúde da Defensoria Pública do Distrito Federal, Danniel Vargas; a presidente do Instituto de Fiscalização e Controle, Jovita José Rosa, responsável pelo projeto da Auditoria Cívica na Saúde; o cardiologista e coordenador do Observatório da Saúde de Brasília, Geniberto Paiva Campos; e o médico da família Tiago Neiva.
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