Do Palácio do Buriti, sede do governo local, às empresas públicas. Todos os órgãos da administração direta e indireta do Distrito Federal terão que diminuir em, no mínimo, 10% o consumo de água em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo o secretário-chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, “cada prédio vai eleger um gestor das medidas e, quem não cumprir as medidas, pode sofre punição mais severa, que é a exoneração. No entanto, acredito que não chegaremos a esse ponto. As pessoas estão engajadas”.
O decreto que determina o racionamento nos edifícios públicos foi publicado hoje (quarta, 21) no Diário Oficial do DF. Sendo assim, está proibido lavar ruas, calçadas e fachadas dos prédios; pátio, garagens e veículos com tempo inferior a vinte dias; e irrigação de jardins das 9h às 16h. Dentre as responsabilidades do gestor responsável pelo corte no consumo da água e de seus colegas estão: a verificação de vazamentos de torneiras e encanamentos; o uso de água para limpeza em baldes ou equipamentos que sejam comprovadamente mais econômicos; e a regulação de válvulas, inclusive descargas de banheiros.
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Os postos de gasolina da cidade sofrerão restrições e também terão que se adequar. Está proibido a irrigação dos jardins e o uso de água nas limpezas de para-brisas feitas por frentistas. Os estabelecimentos também terão que trocar o maquinário das estruturas de lava a jato por equipamentos mais modernos, que consomem menos água.
Segundo Sérgio Sampaio, este “é o momento de dar o alerta, de avisar à sociedade o que estamos vivenciando no Distrito Federal e convidar a todos a um consumo mais responsável para que não falte, efetivamente, água para ninguém”.
PublicidadeCrise hídrica
O risco de racionamento de água em Brasília, que foi antecipado pela Revista Congresso em Foco, tornou-se realidade há cerca de uma semana. Desde então, diariamente, algumas regiões do DF têm o fornecimento cortado para o restabelecimento do nível em reservatórios. O baixo nível de captações, o aumento do consumo de água e a escassez de chuva são os principais motivos.
O nível dos principais reservatórios de água do Distrito Federal (Descoberto e Santa Maria) chegou ao menor percentual desde 1987, ano em que começou a ser medido. As bacias são responsáveis pelo abastecimento de 85% da população do Planalto Central. A Barragem do Descoberto, localizada a cerca de 70 km do centro de Brasília, está com apenas 37,7% do volume útil de água, enquanto o reservatório de Santa Maria (cerca de 40 km do centro) tem cerca de 49%, por exemplo – segundo dados da Adasa desta quarta.
Devido à escassez de chuvas, a Agência Reguladora de Águas (Adasa-DF) declarou na segunda-feira (19) estado de alerta para a capital. Com isso, o governo está autorizado a suspender a emissão de autorizações para uso dos recursos hídricos superficiais, ou seja, para fins que não sejam extremamente necessários, e orienta a população a evitar o uso de água tratada para lavar carros e garagens, para irrigação paisagística e para encher piscinas.