Oficialmente instalada nesta manhã (25), a CPI mista que vai investigar as relações do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e empresas aprovou dois requerimentos. Os parlamentares decidiram pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a remessa de todos os inquéritos das operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal, que estejam em posse da Corte.
Eles também resolveram solicitar à Procuradoria-Geral da República que envie à comissão as informações que possui sobre as duas investigações. Autor dos requerimentos, o deputado Odair Cunha (PT-MG) considera esses dados o ponto de partida para as investigações. Na avaliação dele, o acesso aos inquéritos vai dar celeridade aos trabalhos do colegiado. Odair foi confirmado como relator da comissão nesta quarta-feira, um dia após ser indicado pelo PT para a função.
Leia também
Um quarto da CPI tem problemas na Justiça
70% da CPI do Cachoeira é governista
Veja perfil dos deputados que integração a CPI do Cachoeira
Veja perfil dos senadores integrantes da CPI
Outros destaques de hoje no Congresso em Foco
Os parlamentares apresentaram mais de 50 requerimentos, mas apenas esses dois foram aprovados no primeiro dia de funcionamento da CPI. Entre os demais pedidos apresentados e não votados, estava um do senador Fernando Collor (PTB-AL), que chamava o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a esclarecer o andamento das investigações. Gurgel foi criticado por não ter encaminhado as apurações que indicavam a relação do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com Carlinhos Cachoeira.
Outro requerimento não votado foi apresentado pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Ele quer que as informações e conclusões da CPI dos Bingos, realizada em 2005, sejam repassadas aos membros da CPI do Cachoeira. Segundo o deputado, o esquema que teria sido criado pelo bicheiro remontaria àquele período, e as informações obtidas na CPI seriam úteis às investigações da comissão.
PublicidadeOnyx pediu, ainda, para a CPI ouvir Waldomiro Diniz, pivô do escândalo que levou à CPI dos Bingos, e integrantes do governo do Distrito Federal, como o ex-chefe de gabinete do governador Cláudio Monteiro. Onyx também quer que o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, deponha na comissão. Os requerimentos devem ser incluídos na pauta da próxima reunião.
Plano de trabalho
A próxima reunião da CPI está marcada para quarta-feira (2) às 14h30. A comissão definirá o vice-presidente e, possivelmente, sub-relatores para auxiliar nos trabalhos. A proposta foi feita pelo deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) e deverá ser votada na reunião. O relator Odair Cunha também se comprometeu a apresentar plano de trabalho que o colegiado seguirá nos próximos 180 dias.
Apesar de ser da base governista e alinhado com o Planalto, Odair Cunha garantiu que atuará com isenção. “É minha intenção dirigir os trabalhos desta comissão de maneira isenta, acima e além de interesses partidários e de grupos”, afirmou na reunião.
Promessa de empenho
Assim que assumiu o cargo, Vital do Rêgo destacou a importância da tarefa que terá e defendeu que os integrantes da CPI ajam com “lisura e transparência com os fatos divulgados pela imprensa”. “Não será uma tarefa fácil. Da minha parte, posso prometer empenho e muito trabalho”, afirmou o senador.
Apesar de ser da base governista e alinhado com o Planalto, Odair Cunha garantiu que atuará com isenção. “É minha intenção dirigir os trabalhos desta comissão de maneira isenta, acima e além de interesses partidários e de grupos”, afirmou na reunião.
A CPI irá investigar as relações de Carlinhos Cachoeira, empresário do ramo de jogos em Goiás, com políticos como o senador Demóstenes Torres, os governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e deputados, além de membros do Judiciário e do Ministério Público.
Também está prevista a investigação de agentes privados. Em especial, a construtora Delta, uma das maiores do país, e que teria relações com o bicheiro. Outro alvo da CPI será a “grampolândia” articulada por Cachoeira, uma ampla rede de espionagem especialmente de políticos em Brasília e outras cidades.
Deixe um comentário