Na primeira reunião do ano, o Conselho de Ética da Câmara se reúne nesta terça-feira (16), às 14h30, para dar prosseguimento à análise do processo de cassação do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Aliados do peemedebista deram nova cartada para tentar favorecê-lo: desta vez, a substituição de um deputado que havia votado pela continuidade das investigações por outro considerado contrário ao andamento do processo. O PTB oficializou a substituição de Arnaldo Faria de Sá (SP), que votou contra Cunha em dezembro, por Nilton Capixaba (RO), que já teve sua cassação recomendada pelo próprio Conselho em 2006.
Faria de Sá votou contra Cunha, mas não se opôs a manobra de líder de seu partido para favorecer peemedebista
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Com a troca do representante petebista, articulada pelo líder da bancada, Jovair Arantes (GO), o peemedebista espera reverter o resultado da votação. Para isso, no entanto, algum outro parlamentar deverá mudar de posição para apoiá-lo. Caso a votação termine empatada, o veredicto será dado pelo presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PSD-BA), que já se manifestou pela continuidade das investigações.
Embora agora negue ter manobrado em favor de Cunha, Jovair Arantes disse, em entrevista ao jornal O Globo em outubro passado, que estaria com o presidente da Câmara “até debaixo d’água”.
Capixaba responde a duas ações penais no Supremo Tribunal Federal (STF) relacionados à Operação Sanguessuga, da Polícia Federal. Em 2006, o deputado virou alvo de processo de cassação no próprio Conselho de Ética, acusado de integrar a chamada máfia das ambulâncias, desarticulada pela PF.
O esquema consistia no uso de emendas parlamentares para a compra de ambulâncias superfaturadas. Naquele ano, por oito votos favoráveis e duas abstenções, o colegiado aprovou o parecer do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), para quem Capixaba recebeu vantagens indevidas da Planam, empresa investigada à época, “no curso e no desempenho de suas funções eletivas”. Mas o petebista, que não se reelegeu para mais um mandato, beneficiou-se com o fim daquela legislatura (2003-2006) sem que o Conselho tivesse concluído o processo.
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