O Congresso Nacional criou na manhã desta quinta-feira (19) a comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) que irá investigar os crimes cometidos pelo contraventor Carlos Cachoeira e o seu envolvimento com deputados e senadores, além de outros agentes públicos e privados. As relações de Cachoeira foram desmontadas pela Polícia Federal nas operações Vegas e Monte Carlo.
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Em sessão extraordinária, o primeiro-secretário do Congresso, deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO), leu em plenário o requerimento de instalação da CPMI. Dessa forma, ela está praticamente criada. A presidente interina do Congresso, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), marcou para a próxima terça-feira (24) a sessão para a leitura dos nomes indicados pelos partidos para compor a comissão, que será formada por 15 deputados e 15 senadores, e igual número de suplentes.
Na contagem final das assinaturas, foram contabilizadas 337 na Câmara e 72 no Senado, números mais do que suficientes para criar uma CPI, que regimentalmente exige a assinatura de 171 deputados e 27 senadores. No entanto, até a meia-noite de hoje (19) os parlamentares ainda podem inserir ou retirar assinaturas.
Operação abafa
Líderes de partidos da base governista negaram a intenção do governo de realizar uma “operação abafa”. De acordo com o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), a informação de que o governo da presidenta Dilma Rousseff estaria manobrando para manter o controle sobre a CPMI é “fruto da imaginação de quem está trabalhando com isso”. “Não há nenhuma previsão do governo de controlar os trabalhos da CPI. Vamos investigar essa quadrilha que se formou no país e manteve relações com vários agentes públicos”, disse.
O foco da apuração começará pelas relações e negócios de Cachoeira com Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) e a construtora Delta, uma das maiores do país, responsável por várias obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. De acordo com líderes partidários, uma das prioridades da CPMI será a convocação de Cachoeira e Demóstenes para que ambos esclareçam as denúncias.
Os membros da comissão já começam a ser definidos nos partidos, principalmente da oposição. O DEM escalou o senador Jayme Campos (MT) e os deputados Onyx Lorenzoni (RS) e Mendonça Prado (SE). O PSDB terá os deputados Delegado Francischini (PR) e Carlos Sampaio (SP) e é esperado que o senador Randolfe Rodrigues (AP), do PSOL, ocupe uma vaga destinada aos tucanos.
No PMDB, a deputada Dona Íris (GO) quer participar para investigar o grupo político do governador Marconi Perillo (PSDB), adversário político dela e do marido, o ex-governador Íris Rezende (PMDB). Como mostrou o Congresso em Foco, a CPI deve atingir alvos também no PT, no PP e em outros estados.
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