A despeito dos acontecimentos registrados em zonas eleitorais nos 26 estados do país, a presidenta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Carmen Lúcia, foi há pouco a um dos auditórios da corte para informar que “não há registros relevantes” que merecessem ser repassados ao público. A magistrada falou por cerca de cinco minutos à imprensa, pouco depois das 12h30, depois a assessoria de comunicação ter informado que ela daria entrevista coletiva a partir das 11h deste domingo (8) – procedimento diferente das eleições de 2010, por exemplo, quando o então ministro do TSE Ricardo Lewandowski repassou pontualmente ao país, às 11h, por meio de assessores, diversos dados referentes ao andamento do pleito daquele ano.
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Segundo as poucas palavras proferidas pela ministra, os eleitores brasileiros estão em pleno exercício democrático neste primeiro turno das eleições, “em clima de absoluta tranquilidade”. “Os cidadãos estão nas ruas se manifestando, votando, no seu exercício de manifestação, sem nenhuma intercorrência. O clima é de tranquilidade total”, disse Carmen Lúcia, para quem as informações divulgadas pelos tribunais eleitorais nos estados mão têm importância até o momento. No momento em que ela falava, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro divulgava, por exemplo, que quase 200 pessoas já haviam sido detidas apenas no estado – com previsão de ultrapassar mil registros, segundo autoridades eleitorais do Rio –, a maioria por fazer boca de urna.
“É tudo de muita irrelevância até aqui”, declarou a ministra, que também integra o Supremo Tribunal Federal e não deu uma palavra sequer sobre a aplicação da Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/2010), mesmo sendo esta a primeira eleição do Brasil sob os efeitos da nova legislação sobre condições de inelegibilidade. Como este site mostrou na última sexta-feira (6), são mais de 1,2 mil os candidatos enquadrados nessa lei, muitos deles já fora do páreo, em situação que configura um pleito sub judice (com processos ainda em andamento).
A única informação de fato repassada pela ministra foi a de que as urnas que apresentaram algum tipo de defeito ou mau funcionamento representam menos de um quarto (1/4) do número registrado no mesmo horário (12h30) das eleições de 2010. Ainda segundo Carmen Lúcia, todas as providências de serviços e segurança solicitados pelo TSE ao governo federal estão sendo satisfatoriamente executadas.
No único boletim do TSE até o momento, divulgado por volta das 10h, havia 256 urnas eletrônicas quebradas em todo o país – uma hora depois, só no Rio de Janeiro já eram mais de 500 aparelhos inutilizados. Em todo o Brasil, informou o tribunal, 501.507 urnas foram postas à disposição dos eleitores.
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