Cachoeira e o ex-diretor da Delta Construções Cláudio Abreu foram detidos em Goiânia, no condomínio de luxo Alphaville Cruzeiro e em seguida embarcaram para o Rio de Janeiro. Os agentes da PF, porém, não localizaram Cavendish em seu apartamento no Leblon, Zona Sul da capital fluminense. A suspeita é de que o empresário esteja fora do país e já é considerado foragido pelas autoridades.
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O empresário Adir Assad também é alvo de um mandado de prisão. Ele já foi condenado na Operação Lava Jato por lavagem de dinheiro e associação criminosa.
De acordo com os investigadores, entre 2007 e 2012, Delta Construções teve mais de 96% de seu faturamento proveniente de verbas públicas, uma soma de aproximadamente R$ 11 bilhões. Segundo o MPF, os operadores do esquema “lavaram” R$ 370 milhões por meio de 18 empresas de fachada – sem funcionários nem receita compatível com a despesa. Os envolvidos realizavam pagamentos a agentes públicos para manter o esquema em segredo. Boa parte da propina era depositada em dinheiro e, principalmente, em ano de eleição.
Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro. Ele também comanda as investigações envolvendo a Eletronuclear, um desmembramento da Lava Jato.
Esta não é a primeira vez em que Carlinhos Cachoeira é preso. O bicheiro também foi alvo da Operação Monte Carlo, em 2012, acusado de liderar uma quadrilha de jogos de azar em Goiás e no Distrito Federal. As investigações constataram que o esquema ia além e verificaram que Cachoeira atuava para a Delta Construções em contratos com diferentes governo. O grupo era ligado a autoridades, como o ex-senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), que chegou a ter o mandato cassado em função do envolvimento com Cachoeira.
Após a Operação Monte Carlo, Cachoeira ficou preso por nove meses na Papuda, em Brasília, e deixou a carceragem em novembro de 2012. No mês seguinte ele foi preso preventivamente mais uma vez, porém, o encarceramento durou apenas quatro dias. Apesar de ter sido condenado pela Justiça Federal em Goiás a 39 anos, 8 meses e 10 dias de prisão por formação de quadrilha, corrupção ativa, violação de dados sigilosos, advocacia administrativa e peculato, o bicheiro estava em liberdade e recorre da sentença na segunda instância da Justiça.
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