“Caso contrário, o sangue vai rolar. E não de inocentes. E vamos fazer um memorial na Praça dos Três Poderes: um poste de cabeça pra baixo. Com a foice e o martelo, nós vamos arrancar sua cabeça e fazer um memorial”, disse o advogado, no vídeo de 2 minutos e 58 segundos, gravado por ele mesmo no último dia 25. No filmete, ele chama Dilma de “presidanta”.
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Veja o vídeo:
Em nota à imprensa (leia abaixo), Cardozo diz que “medidas legais serão aplicadas ao caso para que, realizada a investigação policial, possam ser tomadas as sanções penais cabíveis”.
PublicidadeO vídeo divulgado pelo advogado levou à reação do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Paulo Pimenta (PT-RS). Ontem (segunda, 31),o petista encaminhou uma série de requerimentos à Polícia Federal, ao Ministério da Justiça, ao Ministério Público Federal e à Ordem dos Advogados do Brasil, solicitando investigação das ameaças.
“Ele terá uma oportunidade para reafirmar as ameaças e esclarecer o teor de sua manifestação”, diz o deputado, para quem a postura do advogado viola preceitos democráticos e o próprio Código Penal. “O Código prevê ainda que o advogado ‘deve ter consciência de que o Direito é um meio de mitigar as desigualdades para o encontro de soluções justas e que a lei é um instrumento para garantir a igualdade de todos’ (artigo 3º). O advogado Matheus Diniz Sathler Garcia, ao contrário, prega mecanismos violentos e que se valem até mesmo de tortura e da morte para finalidades políticas.”
Leia a íntegra da nota do ministro da Justiça:
“Nota à Imprensa O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou a abertura de inquérito pela Polícia Federal para apurar as ameaças proferidas contra a presidente Dilma Rousseff pelo advogado Matheus Sathler Garcia, candidato a deputado federal pelo PSDB do Distrito Federal em 2014.
O advogado chegou a divulgar um vídeo na internet em que ameaça promover um golpe militar e decapitar a presidenta da República. No vídeo, o advogado se identifica e sugere à presidente que fuja do Brasil ou cometa suicídio.
A decisão do ministro foi encaminhada ao Diretor-Geral da Polícia Federal. As medidas legais serão aplicadas ao caso para que, realizada a investigação policial, possam ser tomadas as sanções penais cabíveis.”