O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT), decidiu entregar o cargo à presidente Dilma Rousseff. Criticado por petistas devido ao desenrolar da Operação Lava Jato, Cardozo tem sido cobrado por colegas de partido e pelo ex-presidente Lula por não controlar a Polícia Federal. O ministro não compareceu à festa de 36 anos do PT, no último sábado. Na ocasião, Lula atacou a PF, órgão ligado ao Ministério da Justiça.
“Eu já fui prestar vários depoimentos. Recebi uma intimação de que, a partir de segunda-feira, vão quebrar meu sigilo bancário, telefônico, fiscal. O meu, da Marisa, do meu neto, se precisar até da minha netinha de um mês”, disse o ex-presidente. “Se esse for o preço que a gente tem que pagar para provar nossa inocência, que façam. A única coisa que quero é que, depois (…), me deem um atestado de idoneidade porque duvido que tenha alguém mais honesto que eu neste país”, acrescentou.
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De acordo com os jornais O Estado de S.Paulo, O Globo e Folha de S.Paulo, Cardozo pretende se desligar do ministério nesta semana e admite ser deslocado para outra pasta. O nome dele é cotado para substituir Luis Inácio Adams, que está de saída da Advocacia-Geral da União (AGU).
Em outubro do ano passado, a PF fez busca e apreensão no escritório da LFT Marketing Esportivo, de Luis Cláudio Lula da Silva, filho de Lula. Luis Cláudio é um dos alvos da Operação Zelotes, que apura esquema de venda de medidas provisórias e pagamento de propina no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), do Ministério da Fazenda. O ministro também é questionado por petistas pelos sucessivos vazamentos das delações premiadas da Operação Lava Jato.
Na semana passada, novas críticas foram detonadas após a prisão do publicitário João Santana e de sua mulher, Mônica Moura, que trabalharam nas campanhas presidenciais de Lula, em 2006, e de Dilma, em 2010 e 2014. As prisões fizeram parte da 23ª fase da Lava Jato, batizada de Acarajé.
De acordo com a Folha, um dos cotados para suceder Cardozo na Justiça é o procurador baiano Wellington Cesar, ligado ao ministro da Casa Civil, Jaques Wagner. Os deputados Paulo Teixeira (PT-SP) e Wadih Damous (PT-RJ), dois dos principais defensores do ex-presidente Lula no Congresso, também têm seus nomes especulados.
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