O deputado Brizola Neto (PDT-RJ), de 33 anos, é o novo ministro do Trabalho. Ele foi escolhido pela presidenta Dilma Rousseff na manhã desta segunda-feira (30) depois que ela se reuniu o com o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, ex-titular da pasta. Ele será o mais jovem entre os ministros de Dilma.
Lupi deixou o ministério em dezembro do ano passado após ter seu nome ligado a uma série de denúncias. Desde sua saída, o ministério é dirigido interinamento por Paulo Roberto Santos.
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Carlos Lupi pede demissão do Ministério do Trabalho
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A escolha de Brizola Neto ocorre na véspera do Dia do Trabalho. A reunião com Lupi, marcada para as 10h de hoje, foi incluída de última hora na agenda de Dilma Rousseff. Até então, os únicos compromissos oficiais da presidenta eram despachos com assessores e uma reunião com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, marcada para as 16h.
Neto do ex-governador Leonel Brizola, morto em 2004, e sobrinho-neto do ex-presidente João Goulart, o deputado está em seu segundo mandato federal. É filiado ao PDT desde 1997. Também foi vereador no Rio e secretário estadual de Trabalho e Renda.
A nomeação de Brizola Neto, porém, não agrada à cúpula do partido, que preferia outros dois nomes: o deputado Vieira da Cunha (RS) e o secretário-geral do PDT, Manoel Dias. Nenhum deles, no entanto, gozava da simpatia da presidenta.
PublicidadeDilma preferiu Brizola Neto por considerá-lo um aliado fiel ao seu governo. No final de fevereiro, por exemplo, o deputado fluminense votou a favor do novo modelo de previdência para o funcionalismo público, com a criação da Fundação de Previdência Complementar do Serviço Público Federal (Funpresp). Dos 24 pedetistas, apenas o deputado fluminense e Marcos Medrado (BA) votaram conforme a orientação do Planalto (veja a lista de votação). O restante da bancada se posicionou contra a proposta governista.
A posse do novo ministro está prevista para a próxima quinta-feira.
Jornada dupla
Carlos Lupi pediu demissão do Ministério do Trabalho depois que a Comissão de Ética da Presidência recomendou sua saída do governo. Conforme revelou o jornal Folha de S. Paulo, Lupi ocupou simultaneamente, por quase cinco anos, dois cargos de assessor parlamentar em órgãos públicos distintos, a Câmara dos Deputados, em Brasília, e a Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Ao deixar o cargo, ele afirmou ter sido alvo de uma “perseguição política e pessoal da mídia” durante dois meses. O pedetista questionou também a recomendação da Comissão de Ética Pública, acusando o colegiado de não lhe ter garantido o direito à defesa. “Saio com a consciência tranquila do dever cumprido, da minha honestidade pessoal e confiante por acreditar que a verdade sempre vence”, afirmou na época.
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