A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta quinta-feira (14), mandados de busca e apreensão nas residências do ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), na Asa Sul, em Brasília, e em Rondonópolis (MT) e em um escritório do grupo empresarial dele em Cuiabá. Senador licenciado, o ex-governador de Mato Grosso é acusado pelo também ex-governador Silval Barbosa (PMDB) de participar de um esquema de corrupção no estado. As diligências foram determinadas pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, responsável pela homologação do acordo de delação premiada de Silval. Para Fux, há “veementes indícios de crime de obstrução da Justiça” por parte do ministro da Agricultura.
Silval, que foi vice de Blairo entre 2007 e 2010, acusa o atual ministro de pagar mensalinho a deputados estaduais em troca de apoio na Assembleia Legislativa e propina ao ex-secretário estadual da Fazenda Eder Moraes para que mudasse seu depoimento para inocentá-lo das acusações.
Leia também
“Esse mensalinho era uma vantagem indevida que era paga para cada deputado estadual do Estado de Mato Grosso, tendo começado no ano de 2003, em torno de R$ 30 mil reais por deputado”, contou o delator.
Silval Barbosa disse que Eder Moraes cobrou R$ 12 milhões dele e de Blairo Maggi para recuar da acusação de que os dois ex-governadores sabiam do esquema de compra de vagas no Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT). O delator disse que ele e Blairo aceitaram pagar R$ 3 milhões cada ao ex-secretário.
Ao todo, são cumpridos 60 mandados em Brasília, Mato Grosso e São Paulo. Um dos alvos das diligências é o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB). Um vídeo entregue pela defesa de Silval mostra políticos recebendo maços de dinheiro na sede do governo de Mato Grosso durante sua gestão. Emanuel Pinheiro, que na época era deputado estadual, aparece em uma dessas imagens.
O dinheiro foi repassado na sala do chefe de gabinete de Silval e era guardado pelos políticos em malas, mochilas e bolsos de paletó. Além do vídeo, o ex-governador também entregou ao Ministério Público documentos e áudios que comprometem autoridades do estado.
PublicidadeBlairo Maggi também é investigado na Operação Lava Jato, suspeito de ter recebido R$ 12 milhões de maneira ilícita da Odebrecht, em 2006, para sua campanha à reeleição.
O ministro ainda não se manifestou sobre as ações da PF dessa quinta-feira.
Deixe um comentário