O quórum dos movimentos populares deve aumentar na segunda-feira (29), com a ida da presidente afastada Dilma Rousseff ao Senado para se defender das acusações que norteiam os pedidos de impeachment – edição de decretos suplementares sem a autorização do Congresso Nacional e desrespeito da meta fiscal vigente em 2015, as chamadas pedaladas fiscais.
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Nos cinco dias estimados de duração do julgamento final de Dilma, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal espera até 60 mil manifestantes. Para isso, voltou a montar um muro para dividir os grupos na Esplanada dos Ministérios, assim como na votação de abril na Câmara dos Deputados – com os pró-impeachment do lado direito do Congresso e os contra-impeachment do lado esquerdo (referência de quem olha para o prédio do gramado entre os ministérios).
A baixa expectativa de público, porém, mudou o plano do Governo do Distrito Federal, que interromperia o trânsito nas imediações do Congresso Nacional, mas optou por adiar os bloqueios para a semana que vem.
Caminhada com Dilma
Na segunda-feira (29), apoiadores de Dilma vão caminhar com a presidente do Palácio do Alvorada até o Congresso Nacional, onde ela deve começar o seu depoimento às 9h. Ainda está previsto um acampamento para reunir manifestantes contra o impeachment a partir do domingo (28) até o final do julgamento.
PublicidadeSegundo Lúcio Centeno, da Frente Brasil Popular, “haverá ato em Brasília e em grande parte das capitais”. A meta da organização é reunir de 40 mil a 50 mil pessoas em Brasília no dia 29.
“Serão caravanas de todas as partes do país, assim como nas outras etapas do processo”, explicou ao Congresso em Foco.
Pró-impeachment
Já o lado verde e amarelo das manifestações, prevê um movimento muito aquém daquele visto em abril, quando o processo estava na Câmara e teve seu clímax nas ruas. Dezenas de milhares de manifestantes se revezavam nos dias de maior movimentação na Esplanada dos Ministérios.
“Está muito difícil de organizar porque não conseguimos saber quando acabará o processo no Senado”, explica Carla Zambelli, do grupo Nas Ruas. Outros notórios organizadores dos atos que outrora reuniram milhares de pessoas em todo o país, como o Vem Pra Rua e o Movimento Brasil Livre (MBL), também não preveem grandes mobilizações.
Além do resultado previsível da votação, a falta de patrocínio tem sido outro grande impecílio dos protestos. O MBL, por exemplo, aposta em doações para conseguir alugar trios-elétricos e telões, como no ápice dos atos do início do ano.