Desde 2006 fazemos um troço que até hoje intriga muitas pessoas. É uma coisa chamada Prêmio Congresso em Foco, e o seu propósito é simples: homenagear os melhores parlamentares do ano.
Pronto. É o bastante para nos vermos diante de um tiroteio de perguntas. Como? Vocês dão prêmio a políticos? E vocês acham que tem algum político que presta? (naquele tom assim de quem já pergunta respondendo – negativamente, claro).
Sim, damos prêmio a políticos. E, sim, achamos que vários deles “prestam”. Achamos mais. Que saber reconhecer os bons representantes da população (separando o trigo do vasto joio que encontrou terreno fértil no Parlamento brasileiro) é tarefa imperiosa para garantir a saúde de uma democracia. Que, sabemos muito bem, não existe sem Poder Legislativo. A maneira mais segura de nos condenarmos a ser eternamente prisioneiros de bandidos travestidos de congressistas, é fazer de conta que a gente acredita que todos os políticos são iguais. Aí fazemos o serviço completo. Com o nosso ceticismo retórico, de um lado, desestimulamos os caras que estão ali a fim de trabalhar direito. Do outro, alargamos o espaço para os criminosos tomarem conta do pedaço.
Leia também
Não pode desejar isso quem, como nós, vive o dia a dia do Congresso e se coloca a serviço da construção de um Brasil melhor.
Dois ingredientes contribuíram para tornar a iniciativa um sucesso, tanto na participação das pessoas pela internet quanto no interesse pela cerimônia de premiação, que se tornou, sem nenhum exagero, um dos eventos mais concorridos do calendário político e social de Brasília.
PublicidadeO primeiro é o nosso DNA. Estamos aqui pra fazer jornalismo – o que frequentemente significa mostrar aspectos fétidos de um Congresso pródigo em exalar maus odores – de forma absolutamente apartidária, e isso dá uma baita credibilidade à premiação. O segundo é que damos o prêmio, mas deixamos a definição dos premiados a cargo da sociedade. Taí o grande barato da história: incentivar a população a analisar o desempenho de quem ela elegeu e identificar os seus maiores “aliados” no Parlamento.
Esse processo ocorre em duas fases. Na primeira, os jornalistas que cobrem o Congresso fazem suas indicações, das quais já tiramos a primeira lista de premiados. Neste ano, 166 jornalistas, de 45 veículos de comunicação, participaram dessa votação, feita na semana passada por meio de urnas itinerantes e acompanhada pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal. Na segunda e decisiva etapa, em votação pela internet de 9 de julho a 9 de setembro, a sociedade acrescenta outros nomes aos selecionados pelos jornalistas e define a classificação final de todos os premiados.
Divulgamos hoje os votos apurados na consulta aos jornalistas nas duas categorias gerais do Prêmio Congresso em Foco, “Melhores Deputados” e “Melhores Senadores”.
Posteriormente, faremos o mesmo com as oito categorias especiais: Parlamentares de Futuro (para deputados ou senadores com menos de 45 anos) e destaques nas áreas de combate ao crime organizado, defesa da democracia, da educação, dos consumidores, do desenvolvimento econômico, da gestão pública e da seguridade social e dos servidores públicos. Uma nona categoria especial já tem seus vencedores conhecidos. Chico Alencar (RJ) e Randolfe Rodrigues (AP), ambos do Psol, receberão troféus por terem sido, respectivamente, o deputado e o senador mais votados pelos jornalistas.
As listas com os votos dos jornalistas indicam como eles avaliam os parlamentares federais.
Votos dos jornalistas na categoria “Melhores Senadores”
Votos dos jornalistas na categoria “Melhores Deputados”
Jornalistas que participaram da votação do Prêmio Congresso em Foco 2013
Patrocinado pela Ambev, o Prêmio Congresso em Foco 2013 tem o apoio da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF, que fiscaliza a votação pela internet), Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), Associação Nacional dos Auditores Ficais da Receita Federal do Brasil (Anfip), Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), Associação Nacional dos Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental (Anesp), Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite), a ONG carioca A Voz do Cidadão e o Sindicato dos Jornalistas do DF.